O BEIJO DADO POR SÃO JOÃO PAULO II NO ALCORÃO
Por Luiz Felipe
Nanini | Fonte: Página O Vaticano II em
Debate: Concílio e Tradição
Algumas
considerações:
1 – O texto é uma junção de vários textos da
internet e algumas discussões no face. O que fiz foi juntá-los e deixar tudo em
só lugar
2 – Eu não estou dizendo que de minha parte
eu ache a decisão de São João Paulo II acertada. Não, não estou dizendo isto.
3 – Dada a limitação de informações que temos
a disposição, só podemos fazer conjecturas
Dito isto, vamos ao que importa
Para
iniciar é preciso pensar no contexto em que o ato aconteceu...
O Papa e mais um Patriarca Caldeu foram
recebidos por uma delegação de Muçulmanos, ao que esta delegação lhe apresenta
o referido livro. Num primeiro momento poderíamos questionar se o Papa
realmente sabia o que era aquele livro. Porém o próprio patriarca que o
acompanhava diz que o livro é realmente o alcorão, segundo noticiado pela
Agência Fides.
Sabendo
do contexto podemos então pensar em algumas hipóteses
1 – O Patriarca que o
acompanhava estava enganado sobre o que aconteceu. Não era o Alcorão mas outra
coisa
2 – O Papa beijou o
livro sem saber ao certo o que estava beijando
3 – O Papa beijão o
Alcorão e sabia o que estava fazendo
Apesar da opção 1 e 2 serem pouco prováveis,
não podemos simplesmente descarta-las, uma vez que as informações que temos são
extremamente limitadas. O que nós temos? Temos uma foto e uma declaração.
Evidentemente que para analisar um fato tão complexo, estas informações são quase
nada.
Considerando a opção 2. Sabemos que o Papa
São João Paulo II era cordial em quase todos os seus atos (poucas vezes o vi
irritado, para ser sincero, apenas quando ele deu um belo de um sermão em um
Padre - ex-padre – comunista). Assim sendo, todo o tipo de coisa era empurrada
ao Papa e era mais do que normal ele beijar, beijava por exemplo, até o solo de
todos os países que visitava. Poderia sim num ato impulsivo beijar o alcorão
apenas para ser cordial com aquela delegação sem saber ao certo do que se
tratava. (QUE FIQUE CLARO... EU CONSIDERO ESTA OPÇÃO MUITO POUCO PROVÁVEL, E SÓ
ESTOU FALANDO SOBRE ELA PARA NÃO DESCARTAR NENHUMA HIPÓTESE)
A
hipótese 3 me parece a mais provável...
Considerando a 3, o que o Papa certamente fez
na ocasião, foi beijar o livro como uma maneira de ser cordial sabendo do que
se tratava.(apesar de não ser um gesto cordial para civilizações do Oriente
médio, o Papa certamente não sabia disto).
É bem visível e sabido que São João Paulo II
não era um Papa indiferentista ou mesmo relativista. Ele é o Papa da Dominus
Iesus, ele é o Papa que tantas vezes falou sobre a importância da Fé Católica,
ele é o papa que aproximou muitos jovens e pessoas do mundo inteiro a Deus, por
fim, ele é o papa que chorou quando lhe faltaram palavras para mostrar a beleza
de Deus e da fé Católica.
Só
podemos então pensar na cordialidade do beijo sob duas óticas:
1) O Alcorão contém
alguns elementos de verdade (assim como elementos graves de falsidade) e ele
poderia ter querido honrar os elementos de verdade que ele contém.
2) Mostrando o
respeito desta forma poderia promover a paz mundial e harmonia inter-religiosa.
O Papa São João Paulo II sofreu em sua pele o
terror de dois grandes regimes totalitários, perdeu amigos, familiares, etc...
devido a estes regimes. Aprendeu com isto que algumas vezes, a diplomacia é uma
grande arma contra a Guerra. Usou isto, por exemplo, durante toda Guerra Fria
onde soube ser diplomático e foi um dos grandes responsáveis pelo fim da União
Soviética e o fim da Guerra Fria. Julgando portanto que o gesto foi diplomático
(EU AINDA ACHO INAPROPRIADO – entre o meu achar e o do Papa fiquem com o do
Papa - ), temos que considerar o sucesso de São João Paulo II com esta mesma
diplomacia em outras situações.
Então
como consideração final fica o seguinte...
1 – O Papa pode ter
errado no gesto, mas não sabemos a intenção do seu coração
2 – O Papa São João
Paulo II denunciou os erros do Alcorão algumas vezes, então não venham os
amiguinhos Rad-Trads ficar de mimimi, chamando-o de relativista...
Por
exemplo no Livro entrevista “Cruzando o limiar da Esperança” ele diz:
"QUEM, CONHECENDO BEM O ANTIGO E O NOVO
TESTAMENTO, LER O CORÃO, VÊ CLARAMENTE O PROCESSO DE REDUÇÃO DA DIVINA
REVELAÇÃO QUE NELE SE EFETUOU. É IMPOSSÍVEL NÃO PERCEBER COMO ELE ESTÁ LONGE
DAQUILO QUE DEUS DISSE DE SI MESMO, PRIMEIRO NO ANTIGO TESTAMENTO PELA BOCA DOS
PROFETAS, E DEPOIS DE MODO DEFINITIVO NO NOVO TESTAMENTO POR MEIO DO SEU FILHO.
Toda esta riqueza da auto revelação de Deus, que constituiu o patrimônio do
Antigo e do Novo Testamentos, foi de fato posta de lado no Islamismo. Ao Deus
do Corão se dão alguns dos nomes mais velos que se conhecem na língua humana,
MAS EM ÚLTIMA INSTÂNCIA TRATA-SE DE UM DEUS FORA DO MUNDO, UM DEUS QUE É APENAS
MAJESTADE, NUNCA EMANUEL, DEUS-CONOSCO. O ISLAMISMO NÃO É UMA RELIGIÃO DE
REDENÇÃO. NELE NÃO HÁ ESPAÇO PARA CRUZ E PARA A RESSURREIÇÃO" (pág. 98)
3 - Ainda que o Papa
estivesse completamente errado neste caso, isto não impediu de ser declarado
(infalivelmente) SANTO. Portanto baixe a bola amiguinho, e busque a santidade
ao invés de ficar julgando ações dos Papas que você não tem informações
suficientes para julgar
4 – Santo Tomás de
Aquino nos ensina que sempre devemos julgar as ações de alguém da melhor
maneira possível
"Pode acontecer que quem interprete no
sentido mais favorável frequentemente, se engane. Mas, é melhor enganar-se mais
frequentemente, formando opinião boa de um homem mau, do que enganar-se raras
vezes, fazendo uma má opinião de um homem bom. Porque, o último modo de
proceder injuria a outrem e o primeiro, não". (Suma Teológica II-II, Questão
60, art. 4)
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