Escolas educadoras
Dom Antonio Augusto D. Duarte,
Bispo Auxiliar da Arq. do Rio de Janeiro
14 de Novembro de 2016 |
Fonte: Arq. do Rio
de Janeiro
Nesse
tempo da história do Brasil, marcado por uma profunda mudança cultural e
social, a educação tornou-se alvo de inúmeros e diversos olhares.
As
escolas, públicas e privadas, têm sobre si os olhares dos educadores
especializados nos seus diversos ramos do saber, mas também de gestores e
administradores de escolas, de psicólogos, médicos, políticos, policiais e,
mais recentemente, olham para os estudantes as diversas ideologias.
Os
ideólogos trazem para o mundo da educação, e para dentro das escolas, aquilo
que “julgam” ser a nova ciência. Os alunos dos níveis médio, fundamental e
universitário devem aprender, para serem conscientes e críticos dos tempos
atuais em que vivem, as principais ideologias, que se autodenominam-se
construtoras de um admirável mundo novo.
Segundo
esses ideólogos, as escolas no Brasil deveriam ser o palco principal das ideias
que estão presentes nos âmbitos sociais, econômicos, culturais e políticos.
Mas
será que esse olhar dos ideólogos visa o mesmo objetivo dos educadores,
sobretudo, do principal educador, que é a família brasileira?
A
resposta a esta questão pode ser questionada por muita gente, mas ela é, ou
pelo menos deveria ser, mais considerada pelos pais, que confiam às escolas
seus filhos, a fim de que eles saibam ser os futuros responsáveis pelo Brasil.
A resposta é, simplesmente, não!
Os
ideólogos não querem que as escolas sejam centros educativos, mas querem que as
crianças e os jovens estudem num “campo de doutrinação”. As ideias próprias
desses grupos de ideológos disfarçam e distorcem o que está acontecendo dentro
dessa mudança de época, e querem criar uma doutrina certa e irrefutável, que
ensinada nesses “campos”, asfixiam as inteligências humanas, que acabam
morrendo precocemente.
À
ideologia marxista, sustentada e divulgada por partidos de esquerda, junta-se a
ideologia de gênero, pautada pelo polimorfismo sexual e pela destruição da
família, acrescenta-se a ideologia neomalthusianista, que difunde a cultura da
morte, grande promotora mundial do aborto diretamente procurado, soma-se a
ideologia do capitalismo selvagem, que incute na mente da juventude que só o
dinheiro e o poder econômico resolvem os problemas sociais e, finalmente, vem
completar o quadro, a ideologia desconstrutora da realidade, para a qual não
existem mais pessoas, mas apenas a linguagem que produz os objetos à medida que
lhes atribui um nome, os classifica e os caracteriza.
Marxismo
cultural + feminismo radical + neomalthusianismo + capitalismo materialista +
desconstrutivismo social = ditadura do relativismo ético. Esta é a equação
visualizada e bem disfarçada em cada quadro-negro pelos ideólogos.
Eles
são atualmente os mais perigosos invasores das escolas e das universidades, e
de um recinto onde se deve cultivar a sabedoria humana nasce o “campo de
doutrinação de ideias”. Dentro dele as mentes infantis e dos jovens não mais
raciocinam, não mais buscam as verdades e os valores, mas saem bem
relativistas. Para as ideologias não existe o absoluto! Ninguém pode ensinar a
verdade, o bem, nem a fé religiosa, já que o mundo escolar só pode ser um palco
de debates, e não mais um areópago do saber humano.
Pais,
educadores, governantes, todos que têm bons olhos voltados para as escolas no
Brasil, reajam contra essa “invasão” ideológica! Seus filhos, seus alunos, seus
cidadãos clamam e reclamam, nessa hora tão difícil do país, uma educação mais
formadora e mais reveladora do ser humano, que há dentro deles.
Cada
vez mais no campo da educação se sente a urgência de ensinar, com abundância de
luz e de verdade, que o desenvolvimento pessoal e social das crianças e dos
jovens só pode existir quando as escolas dão continuidade ao círculo primário
da educação, que é a família.
Cada
vez mais se deve olhar para as escolas e para as universidades brasileiras com
uma visão, por um lado, purificada dessas ideologias manipuladoras da
inteligência humana e, por outro lado, com olhos bem abertos, para favorecer
assim o crescimento e o desenvolvimento intelectual, afetivo, estético, ético e
social das crianças e dos jovens.
Cada
vez mais a educação e a presença dos alunos nas escolas pedem dos educadores
uma ardente paixão: ensinar aos alunos a grande matéria da vida, que é ser
gente, ser pessoa íntegra e aberta à procura do bem e da verdade, ser cidadão
comprometido com a construção de uma sociedade mais justa e respeitadora da
dignidade humana.
A
educação nas escolas só deve ser feita com ideais nobres e elevados pelos quais
vale a pena estudar!
Quantas
ideias enganadoras e manipuladoras invadem hoje as escolas, e levam os
estudantes a perderem a vontade de estudar, e o que é muito perigoso, acaba
criando neles o desejo de lutar contra tudo que vale a pena saber e vale a pena
viver!
O
Brasil e as famílias dessa imensa nação devem muito aos grandes educadores do
passado! Valorizar corretamente e economicamente aos professores da rede
pública e das escolas particulares, dar-lhes oportunidade de se atualizarem nos
seus conhecimentos e metodologias, defendê-los dessas invasões ideológicas
serão medidas que irão “ressuscitar” os grandes educadores de hoje, dos quais o
futuro desse país irá depender.
Escolas
educadoras são o arquétipo da pátria educadora!
Dom Antonio Augusto Dias
Duarte
Bispo
Auxiliar da Arq. do Rio de Janeiro
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