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Castidade: Uma das
principais causas de martírio nos primeiros séculos.
Pe. José María Iraburu | Fonte:
Apostolado Maria
Santíssima e Modestia
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"Uma virtude só pode ser vivida sem
especiais esforços quando já tenha sido socialmente assimilada, ao menos como
ideal. Pelo contrário, enquanto predominem estruturas de pecado – formas
mentais ou de conduta – fortemente adversas, esta virtude não poderá ser
afirmada senão a custo de grandes marginalizações e sofrimentos, inclusive com
perigo para a vida (desenvolvo este tema em De Cristo ou do mundo, 202-214).
Nada há, portanto, de estranho que nos primeiros
séculos da Igreja a afirmação do pudor e da castidade seja uma das causas mais
frequentes de martírio, junto com a questão do culto ao imperador (Paul Allard
185-191).
Hoje continua nos surpreendendo e admirando que
os primeiros cristãos – concretamente aqueles que procediam de culturas quase
alheias ao pudor e à castidade, e que haviam crescido na impudicícia -,
assimilaram tão precocemente e tão profundamente estas virtudes cristãs, até ao
ponto de que estiveram dispostos a perder a vida para afirmá-las. É um enigma
histórico. Ou melhor, é um milagre formidável do Espírito Santo. Recordemos
apenas um exemplo deste pudor surpreendente, afirmado já no ano 203. As santas
mártires Perpétua e Felicidade foram expostas no anfiteatro de Cartago à fúria
de uma vaca muito brava. “A primeira a ser lançada para o alto foi Perpétua (de
22 anos, mãe recentemente), e caiu de costas; mas apenas se encontrou sentada,
recolhendo as túnicas rasgadas, cobriu a perna, lembrando-se antes do pudor do
que da dor” (Actas 20). Gestos como este deixavam assombrados aos pagãos. Na
literatura dos Padres aparecem traços frequentes deste assombro que causava nos
pagãos o pudor das mulheres cristãs, e a admiração que em muitos casos
suscitava a beleza da castidade. Não parece excessivo afirmar que o testemunho
cristão da castidade e do pudor foi uma das causas mais eficazes da
evangelização do mundo greco-romano, que em grande medida ignorava estas
virtudes".
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