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As almas do purgatório,
não as esqueçais!
Pe. Marcelo Tenório | Fonte:
Da
Mihi animas
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Os Sofrimentos das almas no purgatório
O que os Santos
Doutores ensinam acerca dos sofrimentos do purgatório nos penetram de tema com
paixão pelas almas.
S. Boaventura ensina
que nossos maiores sofrimentos ficam muito aquém dos que ali se padecem. São
Tomás diz que o menor dos seus sofrimentos ultrapassam os maiores tormentos que
possamos suportar. Confirmam Santo Ambrósio e São João Crisóstomo que todos os
tormentos que o furor dos perseguidores e dos demônios inventaram contra os
mártires, jamais atingirão a intensidade dos que padecem em tal lugar de
expiação.
O fogo! Estremecemos
só de lhe ouvir o nome. E estar-se no fogo inteiramente, num fogo ativo,
penetrante, que vai até o início do ser – que cruel suplício.
Aquele fogo, diz S.
Antônio, é de tal maneira rigoroso que comparado com o que conhecemos na terra,
este se afigura como pintado num painel.
Após uma visão do
purgatório, exclama Santa Catarina de Gênova. “Que coisa Terrível! Confesso que
nada posso dizer e nem conceber que se aproxime sequer da realidade. As penas
que lá se padecem são tão dolorosas como as penas do inferno”.
É pior que todos os
martírios, 0 Pe. Faber disse. Creio que as penas do purgatório são mais
terríveis e insuportáveis que todos os males desta vida, diz São Gregório
Magno.
S. Nicolau Tolentino
teve uma visão de um imenso vale onde multidões de almas se retorciam de dor
num braseiro imenso e gemiam de cortar o coração. Ao perceberem o Santo, bradavam
suplicantes, estendendo os braços e pedindo misericórdia e socorro. Padre
Nicolau, tem piedade de nós! Se celebrares a Santa Missa por nós, quase todas
seremos libertadas de nossos dolorosos tormentos. São Nicolau celebrou sete
missas em sufrágio dessas almas. Durante a última missa apareceu-Ihe uma
multidão de almas resplandecentes de glória que subiam ao céu.
A Duração
das Penas no purgatório
Assegura-nos S.
Vicente Ferrer, que há almas que ficaram no purgatório um ano inteiro por um só
pecado. Santa Francisca afirma que a maioria das almas do purgatório lá sofrem
de trinta a quarenta anos. Muitos santos viram almas destinadas a sofrer no
purgatório até o fim do mundo.
As almas simples e
humildes, sobretudo as que muito sofreram neste mundo com paciência e se
conformaram perfeitamente com a vontade de Deus, podem ter um purgatório
muitíssimo abreviado, às vezes horas…
S. Paulo da Cruz,
estando em oração, ouviu que batiam à porta com força. – Que queres de mim,
pergunta.
– Quanto sofro. Quanto
sofro, meu Deus! Sou a alma daquele padre falecido. Há tanto tempo estou num
oceano de fogo, há tanto tempo!… Parecem mil anos!
São Paulo da Cruz o
conheceu logo e respondeu admirado: Meu padre, faz tão pouco tempo que faleceu
e já me falas em mil anos. O pobre padre pediu sufrágios e desapareceu.
São Paulo da Cruz,
comovido, orou muito por ele e no dia seguinte celebrou a Missa pela defunto.
Viu-o, então, entrar triunfante no céu, na hora da comunhão.
O Papa Inocêncio III
apareceu a Santa Lutgarga dizendo que deveria ficar no purgatório até o fim do
mundo por algumas faltas no governo da Igreja.
Nosso Senhor
mostrou-lhe quatro padres que estavam lá já mais de cinquenta anos, por
administrarem mal os Ss. Sacramentos.
Santa Verônica Juliani
fala de uma irmã que deveria ali permanecer tantos anos quantos passou neste
mundo.
Ao padre Scoof, de
Louvain, foi revelado que um banqueiro de Antuérpia estava no purgatório há
mais de duzentos anos porque tinham rezado pouco por ele.
Toma, pois, a
resolução de jamais deixar passar um dia sequer sem rezar pelos parentes
falecidos. Tem piedade daqueles que nos deixaram e que agora estão sofrendo. Pensa
nos membros de tua família que faleceram e que tens deixado em tão lamentável e
total esquecimento.
A Necessidade de Ajudar as Almas do Purgatório
Impotência para se
acudirem
O estado das almas do
purgatório é de absoluta impotência. Parecem-se com o paralítico estendido à
beira da fonte de Siloé, que não podia fazer o menor movimento para ter alívio.
Vêem suas companheiras de infortúnio, aliviados de tempos a tempos recebendo os
frutos de uma comunhão, o valor de uma missa, e elas ficam esquecidas.
Vós que viveis na
terra e tão facilmente vos comoveis ante o sofrimento e a idéia do abandono,
ouvi as almas do purgatório pedindo-vos uma migalha desse pão que Deus vos dá
com tanta abundância: uma pequena parte de vossas orações, boas obras, e
sofrimentos! Como são justas as queixas que um religioso ouviu desses pobres
corações abandonados.
“Ó irmãos! Ó amigos!
Pois que há tanto tempo vos aguardamos, e vós não vindes; vos chamamos e não
respondeis; sofremos tormentos que não tem iguais, e não vos compadeceis;
gememos e não consolais”.
Ai, dizia uma alma,
ignora-se no mundo que o fogo do purgatório é semelhante ao do inferno. Se
possível fosse fazer uma visita a essas mansões de dor, não haveria na terra
quem quisesse cometer um só pecado venial, visto o rigor com que é punido.
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São Francisco Xavier
percorria, à noite, as ruas da cidade, convocando com uma campainha o povo a
orar pelas almas.
Outrora muitas almas
saíam do purgatório graças às orações dos fiéis, mas agora poucas saem de lá.
Poucos se preocupam com elas.
A Santa Missa Salva Almas
A Santa Missa é o
sacrifício de expiação por excelência. É a renovação do Calvário, que salvou o
gênero humano. Na Missa colocou a Igreja a memória dos mortos, e isso no
momento mais solene, em que a divina Vítima está presente sobre o altar. É a
melhor, a mais eficaz, a mais rápida maneira de aliviar e libertar as almas dos
nossos queridos mortos.
Certa feita,
celebrando a Missa em uma igreja de Roma, São Bernardo caiu em êxtase e viu uma
escada que ia da terra ao céu, pela qual os anjos conduziam as almas libertadas
do purgatório em virtude do santo sacrifício. Nessa Igreja – Santa Maria Escada
do Céu – há um quadro que representa essa visão.
Não há maior socorro
às almas, diz Guerranger, que a Santa Missa: A Missa é a esperança e a riqueza
das almas.
Podemos duvidar do
valor de nossas orações; mas da eficácia do Santo Sacrifício, no qual se
oferece o Sangue de Jesus pelas almas, que dúvida podemos ter?
Ao Beato João D’Avila,
nos últimos instantes de vida, Perguntaram o que mais desejaria depois da
morte. Missas! Missas!
Ao Beato Henrique Suzo
apareceu depois da morte um amigo íntimo gemendo de dor e a se queixar: “Ai, já
te esqueceste de mim”.
– Não, meu amigo,
responde Henrique, não cesso de rezar pela tua alma, desde que morreste.
– Ó, mas isto não me
basta, não basta! Falta-me para apagar as chamas que me abrasam o Sangue de
Jesus Cristo.
Henrique mandou
celebrar inúmeras Missas pelo amigo. Este lhe apareceu então já glorificado e
lhe diz: “Meu querido amigo, mil vezes agradecido. Graças ao Sangue de Jesus
Cristo Salvador, estou livre das chamas expiadoras. Subo ao céu e lá nunca te
esquecerei”.
A cada missa, diz São
Jerônimo, saem muitas almas do purgatório. E não sofrem tormento algum durante
a Missa que lhes é aplicadas.
Seu Sacrifício também
é uma Oração
Nossas Orações: Um meio fácil
Um movimento do
coração, um olhar para o céu em sua lembrança, um suspiro de piedade, um
pensamento de compaixão, os nomes de Jesus, Maria e José pronunciados com
devoção em favor das almas, diminuem certamente suas penas.
Custa-nos muito pouco
sufragar os defuntos. Somos obrigados a certas orações, a assistir Missas aos
domingos, e aproximar-nos dos sacramentos, a perdoar nossos inimigos. Tudo isso
é aceito por Deus e serve para alívio delas.
E os males do dia a
dia? A fadiga do trabalho, as doenças, as humilhações, a tarefa de suportar os
que nos rodeiam, os problemas, tudo isto pode servir para expiar os pecados das
almas. E de que sofrimentos serão aliviados os finados!
Dizia S. Francisco de
Sales: Vós que chorais inconsoláveis a perda de vossos entes queridos, eu não
vos proíbo de chorar, não. Mas, procurai adoçar vossas lágrimas com o suave
bálsamo da oração, que pode concorrer para as aliviar”.
A oração de Marta e
Maria leva Jesus a ressuscitar Lázaro. Nossas preces pelos defuntos hão de
tirar as pobres almas daquele estado em que se encontram.
Poupai vossas
lágrimas, dizia São João Crisóstomo, pelos defuntos e dai-Ihes mais orações. E
Santo Ambrósio conclui: “É preciso assisti-Ias com orações do que chorá-las”.
Nosso Senhor fez ouvir
estas palavras a Santa Gertrudes: Muitíssimo grata me é a oração pelas almas do
purgatório, porque por ela tenho ocasião de libertá-Ias das suas penas e
introduzí-las no glória eterna.
Os testemunhos
encontrados nas vidas dos Santos provam claramente as vantagens da oração que
se fazem pelas defuntos! (S. João Damasceno)
Santa Teresa dizia que
tudo obtinha por intermédio das almas dos fiéis.
Quando quero obter com
certeza urna graça, diz Santa Catarina de Bolonha, recorro a essas almas que
sofrem, a fim de que apresentem a Deus o meu pedido, e 1~ me é concedida a
graça.
Nossos Sacrifícios
O sofrimento junto com
a prece tem uma eficácia extraordinária para obter de Deus todas as graças.
Aliviemos as almas do purgatório, diz São João Crisóstomo, com tudo que nos
mortifica. Deus aplica aos mortos os méritos dos vivos.
Por aqueles que amais,
sacrificai o que tendes de mais caro. Sacrificai-vos a vós mesmos. Ah, vejo
essas almas felizes elevarem-se para o céu, nas asas de nossos sacrifícios, de
nossas austeridades e sofrimentos, é o que diz o padre Belioux.
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O padre Jacques Monfort,
S. J. escreveu um livro sobre a caridade para com as almas, e fê-lo imprimir em
Colônia, por Guilherme Freysisen. tempos depois, ele recebeu uma carta do
editor na qual narrava que seu filho e sua esposa tinham adoecido gravemente.
Os médicos já tinham perdido as esperanças, e pensavam em funerais. Fui à
Igreja e prometi distribuir cem exemplares do citado livro entre os padres a
fim de lhes lembrar quanto se devem interessar pelos falecidos. No mesmo dia os
doentes tiveram melhoras acentuadas e poucos dias depois estavam perfeitamente
curados e tão sãos que o acompanharam à Igreja para agradecer a Deus tanta
misericórdia.
Promete pois, em tuas
dificuldades, propagar a devoção às santas almas e elas saberão ser gratas e o
ajudarão.
A Gratidão das Almas
A ingratidão não pode
existir no purgatório. Aquelas benditas almas nos hão de proteger e socorrer
sempre.
O Cardeal Barônio
conta que uma pessoa devota das almas foi terrivelmente tentada na hora da
morte. Mas eis que uma multidão de pessoas veio em seu auxílio. Logo ficou
livre de toda perturbação e perguntou: – Que multidão é esta que entrou aqui e
na mesma hora senti alívio e fui socorrido pelo céu?
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O que fizerdes ao
mínimo dos meus é a mim que o fazeis, diz o Senhor. Sereis medidos com a mesma
medida que houverdes usado para com os outros. Deus é muito justo para deixar
uma só ação sem recompensa e, recompensando como Deus, dá mais do que lhe deu.
Tudo o que damos por
caridade, diz Santo Ambrósio, às almas do purgatório, converte-se em graças
para nós e, após a morte, encontramos o seu valor centuplicado.
O purgatório é um
banco espiritual em que podemos depositar quotidianamente nossas boas obras; e
aí estão em seguro e se multiplicam; e quando estamos necessitados, daí vêm como
viria o rendimento de um dinheiro depositado, a luz, a força, o auxílio que
carecemos. Sejamos generosos; muito generosos.
Vantagens
Constituímos no céu um
representante nosso que em nosso nome adora, louva e glorifica o Senhor.
Constituímos protetores
nossos as almas por quem oramos, são Santas, é o que diz Suarez, essas almas
caras a Deus. A caridade leva-as a nos amar… e intercederão por nós sem cessar.
As Almas Esperam por sua Ajuda
Como são esquecidos os
mortos!
A Igreja, querendo que
não nos esqueçamos das almas, consagrou um dia inteiro todos os anos à oração
pelos finados. Determinou que em todas as missas houvesse uma recomendação e um
momento especial pelos mortos. Ela aprova, sustenta e estimula a caridade pelos
falecidos.
Como são esquecidos os
mortos! Exclamava santo Agostinho! E no entanto acrescenta S. Francisco de
Sales, em vida eles nos amavam tanto.
Nos funerais:
lágrimas, soluços, flores. Depois, um túmulo e o esquecimento. Morreu…
acabou-se!
Se cremos na vida
eterna, cremos no purgatório. E se cremos no purgatório, oremos pelos mortos. O
purgatório é terrível e bem longo para algumas almas.
S. Francisco de Sales
tinha medo de seus admiradores. Essas pessoas, imaginando que depois da minha
morte fui logo direto para o céu, me farão sofrer no purgatório.
Santa Tereza pedia:
apelo amor de Deus, eu peço a cada pessoa uma Ave-Maria, a fim de Que me ajude
a sair do purgatório e apresse a hora em que hei de gozar a vista de Jesus
Senhor Nosso”.
O grande Frederico
Ozanan, deixou estas linhas: “Não vos deixes levar por aqueles que vos
disserem: ele está no céu! Rezai sempre por aquele que muito vos ama, mas que
muito pecou. Com o auxílio de vossas orações eu deixarei a terra com menos
temor”. Santo Agostinho pede orações pelas almas de Mônica, sua mãe, e todos os
leitores de seus livros.
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