------------------------------------------------------------------------------------------
XXII - Divina
Maternidade da Virgem Santíssima
Frei Damião de Bozzano
------------------------------------------------------------------------------------------
A Igreja nos ensina a
dizer no Credo, a respeito de Jesus Cristo: "Nasceu de Maria Virgem".
Nestas três palavras estão expressas duas verdades muito claras para nós cristãos:
A Maternidade divina de Maria e a sua Pureza virginal.
Estudemo-las em dois
capítulos distintos.
A Divina Maternidade
da Virgem SSma. pela primeira vez, foi negada explicitamente por Nestório e
depois pelos protestantes. E a razão que alegam é esta: Maria não deu a
divindade a Jesus Cristo; deu-lhe somente a humanidade. Portanto pode ser chamada
— Mãe de Cristo-Homem — mas não — Mãe de
Deus.
A divina Escritura,
porém, e a própria razão estão contra eles.
I — Antes de tudo a
divina Escritura, pois nela encontramos Maria, saudada Mãe de Deus.
a) De fato Isaías (7,
14) diz: "Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome
será Emanuel, isto é, Deus conosco".
Como cada qual pode
ver, o profeta aqui diz abertamente que o filho, que havia de nascer da Virgem
seria Deus.
Ora, se da Virgem
SSma. nasceu um Deus, quer dizer que é Mãe de Deus.
b) Na anunciação disse
o Arcanjo S. Gabriel à Maria: "O Santo, que nascerá de Ti, será chamado
Filho de Deus".
Ora, Jesus (o Santo
que devia nascer da Virgem SSma.) é Filho de Deus no sentido estrito da
palavra, isto é, nasceu da própria substância de Deus e é Deus como seu Pai.
Logo Maria é a Mãe de
Deus.
c) S. Paulo na sua
Epístola aos Romanos (9, 5) diz que Cristo, o qual é Deus bendito sobre todas
as coisas, pertence aos judeus segundo a carne.
Ora, Ele pertence aos
judeus, enquanto nasceu da Virgem SSma.
Logo, da Virgem SSma.
nasceu Aquele que é Deus bendito sobre todas as coisas e, por conseguinte, é
Mãe de Deus.
d) Sta. Isabel, cheia
do Espírito Santo, assim saudou à Maria, quando veio visitá-la:
"Donde me vem
esta dita que é a Mãe do meu Senhor me venha visitar?".
Ora, a palavra —
Senhor — nesta passagem, indica Deus. Isto se pode deduzir dos cap. 45 e 46,
onde a palavra — Senhor — é repetida em sentido verdadeiramente divino, e todo
o capitulo I do Evangelho de S. Lucas, onde esta palavra tem sempre sentido
exclusivamente divino.
Logo Santa Isabel,
chamando a Virgem SSma. — Mãe do meu Senhor — não fez outra coisa senão
chamá-la Mãe de Deus.
II — A razão também
está contra Nestório e os protestantes. De fato, em Jesus, Filho de Maria, não
há duas pessoas: a divina e a humana; mas só a pessoa Divina. Ele é a segunda
pessoa da Santíssima Trindade, que reúne substancialmente a natureza divina e a
humana.
Portanto Maria, Mãe
daquela pessoa que é, ao mesmo tempo, Deus e homem, pode e deve ser chamada Mãe
de Deus.
É verdade que Maria
deu apenas a natureza humana a Jesus e não a divina.
Mas esta natureza
humana, que Ela lhe deu, pertence a uma pessoa divina.
Por isso com toda a
razão podemos e devemos dizer que é Mãe de uma pessoa divina, e por conseguinte
Mãe de Deus.
Uma senhora que tem um
filho que é Padre, é chamada mãe do Padre; outra que tem um filho que é
Prefeito, é chamada mãe do Prefeito, embora não seja a mãe quem ordena seu
filho sacerdote, quem proclama seu filho Prefeito.
Da mesma forma, pois,
deve Maria ser chamada Mãe de Deus, por ter um Filho que é Deus.
------------------------------------------------------------------------------------------
Autor:
Frei de Damião Bozzano, Missionário Capuchinho: Em Defesa da Fé.
Imprimatur:
Frei Otávio de Terrinca, ofmcap - 20/08/1953
Editora:
Paulinas - 3 Edição - 1955
Fonte
Livro(PDF):
Frei Damião - Em Defesa da Fé <http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/2014/04/o-peregrino-de-deus.html>
Para
citar este artigo
BOZZANO,
Frei Damião. Em Defesa da Fé: XXIII. Divina Maternidade da Virgem Santíssima.
Disponível em <http://amigos-catolicos-evangelizadores.blogspot.com/2016/06/0060-divina-maternidade-da-virgem-santissima.html>
Desde 17/06/2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário