sexta-feira, 17 de junho de 2016

XXII - Divina Maternidade da Virgem Santíssima

------------------------------------------------------------------------------------------
XXII - Divina Maternidade da Virgem Santíssima
Frei Damião de Bozzano
------------------------------------------------------------------------------------------
A Igreja nos ensina a dizer no Credo, a respeito de Jesus Cristo: "Nasceu de Maria Virgem". Nestas três palavras estão expressas duas verdades muito claras para nós cristãos: A Maternidade divina de Maria e a sua Pureza virginal.

Estudemo-las em dois capítulos distintos. 

A Divina Maternidade da Virgem SSma. pela primeira vez, foi negada explicitamente por Nestório e depois pelos protestantes. E a razão que alegam é esta: Maria não deu a divindade a Jesus Cristo; deu-lhe somente a humanidade. Portanto pode ser chamada — Mãe de Cristo-Homem — mas não —  Mãe de Deus.

A divina Escritura, porém, e a própria razão estão contra eles.

I — Antes de tudo a divina Escritura, pois nela encontramos Maria, saudada Mãe de Deus.

a) De fato Isaías (7, 14) diz: "Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel, isto é, Deus conosco".

Como cada qual pode ver, o profeta aqui diz abertamente que o filho, que havia de nascer da Virgem seria Deus.

Ora, se da Virgem SSma. nasceu um Deus, quer dizer que é Mãe de Deus.

b) Na anunciação disse o Arcanjo S. Gabriel à Maria: "O Santo, que nascerá de Ti, será chamado Filho de Deus".

Ora, Jesus (o Santo que devia nascer da Virgem SSma.) é Filho de Deus no sentido estrito da palavra, isto é, nasceu da própria substância de Deus e é Deus como seu Pai.

Logo Maria é a Mãe de Deus.

c) S. Paulo na sua Epístola aos Romanos (9, 5) diz que Cristo, o qual é Deus bendito sobre todas as coisas, pertence aos judeus segundo a carne.

Ora, Ele pertence aos judeus, enquanto nasceu da Virgem SSma.

Logo, da Virgem SSma. nasceu Aquele que é Deus bendito sobre todas as coisas e, por conseguinte, é Mãe de Deus.

d) Sta. Isabel, cheia do Espírito Santo, assim saudou à Maria, quando veio visitá-la:

"Donde me vem esta dita que é a Mãe do meu Senhor me venha visitar?".

Ora, a palavra — Senhor — nesta passagem, indica Deus. Isto se pode deduzir dos cap. 45 e 46, onde a palavra — Senhor — é repetida em sentido verdadeiramente divino, e todo o capitulo I do Evangelho de S. Lucas, onde esta palavra tem sempre sentido exclusivamente divino.

Logo Santa Isabel, chamando a Virgem SSma. — Mãe do meu Senhor — não fez outra coisa senão chamá-la Mãe de Deus.

II — A razão também está contra Nestório e os protestantes. De fato, em Jesus, Filho de Maria, não há duas pessoas: a divina e a humana; mas só a pessoa Divina. Ele é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, que reúne substancialmente a natureza divina e a humana.

Portanto Maria, Mãe daquela pessoa que é, ao mesmo tempo, Deus e homem, pode e deve ser chamada Mãe de Deus.

É verdade que Maria deu apenas a natureza humana a Jesus e não a divina.

Mas esta natureza humana, que Ela lhe deu, pertence a uma pessoa divina.

Por isso com toda a razão podemos e devemos dizer que é Mãe de uma pessoa divina, e por conseguinte Mãe de Deus.

Uma senhora que tem um filho que é Padre, é chamada mãe do Padre; outra que tem um filho que é Prefeito, é chamada mãe do Prefeito, embora não seja a mãe quem ordena seu filho sacerdote, quem proclama seu filho Prefeito.

Da mesma forma, pois, deve Maria ser chamada Mãe de Deus, por ter um Filho que é Deus.
------------------------------------------------------------------------------------------
Autor: Frei de Damião Bozzano, Missionário Capuchinho: Em Defesa da Fé.
Imprimatur: Frei Otávio de Terrinca, ofmcap - 20/08/1953
Editora: Paulinas - 3 Edição - 1955

Fonte

Para citar este artigo

BOZZANO, Frei Damião. Em Defesa da Fé: XXIII. Divina Maternidade da Virgem Santíssima. Disponível em <http://amigos-catolicos-evangelizadores.blogspot.com/2016/06/0060-divina-maternidade-da-virgem-santissima.html> Desde 17/06/2016.

Nenhum comentário:

Postar um comentário