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O dom do conselho
Prof. Felipe Aquino –
Canção Nova
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O dom de conselho nos ajuda a
percebermos e escolhermos a melhor decisão para o nosso bem espiritual
Deus destinou o homem
e a mulher para fins superiores, para a santidade e para a coerência entre fé e
vida quotidiana. “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
que nos escolheu Nele antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,4). Cada um de nós deve
ajudar os outros a atingir essa meta, que é vontade de Deus.
Para que
possamos auxiliar o próximo com pureza e sinceridade de coração, devemos pedir
a Deus esse precioso dom, com o qual O glorificaremos aos mostrarmos ao irmão o
caminho da salvação e da santidade. É sob a influência desse ideal que a mãe
ensina o filho a rezar, a praticar os primeiros atos das virtudes
cristãs, da caridade, da obediência, da penitência e do amor ao próximo.
O dom de conselho
aguça o nosso juízo. Com a sua ajuda, percebemos e escolhemos a
decisão que será para maior glória de Deus e nosso bem espiritual. Não é fácil
tomar uma decisão de importância, quer seja sobre a vocação, a profissão, os
problemas familiares ou sobre qualquer outra matéria das que devemos enfrentar
continuamente. Sem o dom de conselho, o juízo humano é demasiado falho.
Afirmam os teólogos
que Deus não deixa faltar às suas criaturas o que lhes é necessário, e “tudo
faz com número, peso e medida” (cf. Sb 11, 20). Em tudo resplandece a sua
sabedoria. Por isso é que Deus é providente, providencia os meios para que cada
criatura chegue retamente ao seu fim devido.
Mas para realizarmos
determinada atividade, exercemos um processo mental que tem por objetivo
examinar cuidadosamente não só a conveniência dessa atividade, mas também todas
as circunstâncias em que ela se deve desenrolar. Muitas vezes, esse processo se
efetua sem que dele tomemos plena consciência. Quando nos vemos diante de uma
tarefa mais exigente do que as de rotina, a decisão é mais difícil e, por isso,
torna-se mais consciente; a mente tem que se esforçar mais para fazer a opção
mais adequada, e a decisão não é tão rápida. Muitas vezes, será necessário
recorrer ao conselho de outra pessoa mais experimentada.
É por meio da virtude
da prudência que cada cristão delibera sobre o que deve e não deve fazer.
É a prudência que avalia os meios em vista do respectivo fim. Em
correspondência à virtude da prudência, existe o dom do conselho, que permite
ao cristão tomar as decisões oportunas sem a fadiga e a insegurança que, muitas
vezes, caracterizam as decisões da virtude da prudência. Essa por si não basta
para que o cristão se comporte à altura da sua vocação de filho de Deus,
vocação esta que exige simultaneamente grande cautela e coragem.
Nem sempre a virtude
humana vê nitidamente o modo de proceder corretamente. É preciso, pois, que o
Espírito Santo lhe inspire a reta maneira de agir no momento oportuno.
Assim o dom do Conselho aparece como um regente de orquestra que coordena divinamente todas as faculdades do cristão para que tenha uma atividade harmoniosa e equilibrada.
Diz a Escritura que
há um tempo exato para cada atividade (Ecl 3,1-8); fora desse momento preciso,
o que é oportuno pode tornar-se inoportuno. Ora, nem sempre é fácil
discernir se é oportuno falar ou calar, ficar ou partir, dizer ‘sim’ ou ‘não’.
Nem as pessoas prudentes, após muito refletir, conseguem definir com segurança
o que convém fazer. Ora é precisamente para superar tal dificuldade que
o Espírito move o cristão mediante o dom do conselho.
“Para tudo há um
tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer e
tempos para morrer; tempo para plantar e tempo para arrancar o que foi
plantado; tempo para matar e tempo para curar; tempo para demolir e tempo para
construir.”
Fonte: CançãoNova
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