É necessário ter paciência nas provações e nas tribulações, pois, se Deus as permite, são sempre para um bem maior.
Em tudo o que acontece reconhecei sempre a vontade de Deus.
Toda a
malícia dos homens e do demônio não pode fazer que aconteça alguma coisa
contra a vontade de Deus; é por isso que Nosso Senhor afirma que não
cairá um cabelo da nossa cabeça sem a vontade do Pai celeste.
Assim, nas doenças, nas tentações, nas injúrias, em qualquer acontecimento, remontai à vontade de Deus, dizendo com um coração submisso e amante: “Seja feita a Vossa vontade”; que o Senhor faça de mim o que quiser, quando quiser e como quiser.
Deste modo, as coisas difíceis e pesadas tornam-se fáceis de suportar.
Santa Maria Madalena de Pazzi dizia: “Não sentis que doçura encerra esta só palavra: vontade de Deus?”. Como o cajado mostrado a Moisés adoçou o amargor das águas, da mesma sorte esta palavra dá doçura às coisas mais amargas.
Porém, na ausência desta luz e deste ato de fé, a pena é insuportável: por isso São Felipe Neri dizia:
“Nesta
vida não há purgatório, mas há ou o paraíso ou o inferno, porque aquele
que suporta as tribulações com paciência tem o paraíso antecipado, e
aquele que não as suporta com paciência tem o inferno”.
Não só a tribulação vem de Deus, mas é destinada por Ele para alcançar-nos um maior bem.
O medicamento desagrada ao doente, mas o médico dedicado prescreveu-o
para sua cura. Para que, pois, mudar em assunto de queixas o que devia
ser para nós motivo de ação de graças?
A cruz,
diz o nosso santo, é a verdadeira porta por onde se entra no templo da
santidade: não se pode entrar nele por nenhuma outra. Vale mais
conservar-nos um instante na cruz, do que gozar as delícias do céu.
A
felicidade dos bem-aventurados consiste no gozo de Deus, e a dos homens
neste mundo no sofrimento pelo amor de Deus: é por isso que Nosso Senhor
chama felizes aos que sofrem durante o exílio, porque serão eternamente consolados na pátria: “Felizes os que choram”.
Eu disse –
sofrer pelo amor de Deus; porque segundo a expressão de Santo Agostinho
não há ninguém que ame o sofrimento ou a impressão da dor; mas amamos
sofrer, amamos a virtude da paciência e o mérito e o fruto que dela provém aos que sofrem.
Assim,
pois, a nossa inclinação natural a sermos livres do sofrimento não sem
opõe à mais perfeita resignação. É o grito da natureza, que a graça
aperfeiçoa pouco a pouco, mas que não pode nunca destruir.
Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele próprio, para mostrar que era um verdadeiro homem, pediu que o cálice de sua paixão se afastasse dEle.
Não
procureis, pois, ser estoicamente indiferente ou insensível; mas
cristãmente paciente, ou corajosamente resignado. É o que pedem a razão
do homem e a fé do cristão.
Fonte: retirado do livro “Direção para sossegar nas suas dúvidas as almas timoratas” do Rev. Pe. P. Quadrupani.
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