terça-feira, 28 de junho de 2016

O PAPA E AS BOAS INTENÇÕES DE LUTERO

O PAPA E AS BOAS INTENÇÕES DE LUTERO
Autor do texto: Padre João Jefferson Chagas (II)

O Santo Padre destaca que boas intenções Lutero certamente teve, como todos os hereges. Aqui não está aprovando o luteranismo. Pelo contrário, está reconhecendo uma motivação inicial diante de escândalos de sua época. Como temos hoje. O problema foram as suas consequências que envolveram suas boas intenções. São Francisco de Assis também teve boas intenções, assim como Santa Tereza D Ávila, Santo Antônio de Pádua e tantos santos que causaram na Igreja profundas transformações por sua vida humilde, sem dividir a Igreja. Na boa intenção Lutero causou-se a maior divisão da história das religiões, que hoje a muito custo tenta-se destruir e retomar a uma unidade. Seria oportuno também destacar as boas intenções de Mons. Marcel Lefebvre e da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. 

Infelizmente em muitas celebrações litúrgicas tem imperado a deturpação do culto católico, e muitas vezes em nome do "ecumenismo" deturpado. Isso gera uma revolta e um olhar para os erros como se isso fosse fruto das orientações do Concílio Vaticano II. Muitos católicos ficam contra o ecumenismo e o diálogo inter religioso. Porém, os erros de uns não são a totalidade da orientação do Magistério Eclesiástico. A Fraternidade São Pio X tem seu mérito, porém teria mérito maior se fizesse como é a Administração Apostólica São João Maria Vianney. Mas o mais estranho é que dentro da Igreja vemos em muitos lugares mais benevolência com quem deturpou o dogma, do que com quem em excesso de zelo cometeu erros disciplinares.

TESTEMUNHO: UMA CONVERSA COM UM HOMOSSEXUAL ESPÍRITA.

Autor do texto: Padre João Jefferson Chagas 

“A Igreja deve pedir desculpas por não ter se comportado tantas e tantas vezes – e quando digo ‘Igreja’ entendo os cristãos; a Igreja é santa, os pecadores somos nós!” (Papa Francisco)

Quando eu era seminarista, atendi um jovem universitário pela internet que era espírita e homossexual, Conversou comigo sobre vários assuntos, entre os assuntos que envolviam sua vida abordou a homossexualidade, algo conflituoso em sua relação com a Igreja, uma vez que nascera em família católica. Queria entender o porque da Igreja condenar algumas coisas. Depois de uma conversa entre argumentos filosóficos, teológicos, bíblicos entre outros, saiu convencido sobre a não naturalidade da homossexualidade. Isso me alegrou, mas uma coisa me assustou. No diálogo disse-me: "Você foi o único católico com quem conversei que não me condenou ao inferno." Levei um susto. Aquele jovem precisava de explicitação da doutrina com clareza, sem maneirar; porém precisava de acolhimento, e não agressão. É possível discordar sem agredir, evangelizar com doutrina sem relativizar. Acolher o pecador e não o pecado.

O Apostolado Courage é um belo exemplo do auxílio pastoral que devemos oferecer as pessoas com AMS. https://www.facebook.com/brasil.courage
 

Dogmáticos de Avião

Autor do texto: Pe. Matheus Pigozzo

Caros, está virando costume, após cada fala do Sto. Padre em uma informal entrevista de avião, surgirem frases soltas polêmicas na mídia e pessoas dogmatizando a conversa do voo.

Um Papa é uma pessoa que tem seu modo de ver as coisas, sua linha pastoral, política, administrativa, suas impressões sobre os acontecimentos etc... O ministério petrino, ou seja, aquela função e carisma que a pessoa do Papa exerce, é um serviço à verdade revelada, é para guarda-la e ensiná-la, e não para inventá-la.


Os dogmáticos de avião, por desconhecerem essa premissa, acham que qualquer visão e opinião de um Papa é necessariamente um termo canônico ou uma proclamação solene de fé.


Deve-se ler um papa, quando se quer enquadrar a sua fala como algo magisterial, dentro da fé da Igreja (Sagrada Escritura e Tradição da Igreja), não como um romance no qual desejo virar a próxima página pra achar a novidade que contradiz as folhas passadas.

Por o Papa Francisco ter uma linguagem bem pastoral e de certa acessividade às pessoas da Igreja, corre-se o risco de más interpretações das falas e também de identificação do que é opinião e o que é seu magistério.


Mas a premissa que coloquei no início é boa para você católico não ficar como um caniço agitado pelo vento midiático. Veja:


O fato do Papa falar, voltando das Filipinas - país esse com um crescimento das famílias não muito responsável - que não se deve ter filhos igual coelhos, não muda a verdade da abertura à vida em toda ação conjugal, das finalidades do matrimônio e de toda revelação bíblica e da tradição referente ao tema. O fato de falar da Zika e anticoncepção não apaga a obrigação de toda pessoa seguir a natureza da ação conjugal (sempre aberta à vida) e nem a dispensa de seguir dogmaticamente a Humanae Vitae, por exemplo.


A frase solta que o Facebook e a TV mostra - "Papa diz que Igreja deve pedir desculpa ao gays" - não exclui a verdade de que o Catecismo da Igreja, as notas da Congregação da doutrina da fé e todo o magistério, seguindo o ensino de São Paulo, por exemplo, fale que os atos homossexuais são ações desordenadas, contrárias à natureza, e que, apesar disso, as PESSOAS devem ser acolhidas e acompanhadas com caridade.


Sobre esse último tema interpreto que pessoas da Igreja devem pedir perdão se não acolheram os homossexuais para anunciar a eles o Evangelho, mas não a Igreja em si... Dizer a verdade é a maior caridade que prestamos, esta, portanto deve vir sempre com o olhar, a acolhida e o amor de Jesus.


Quantos vêm à Igreja para se sentirem respeitados e são ajudados por nós... quantos se libertam e vivem felizes formando uma família...


Você que está confuso pelo barulho midiático, te convido a ler os documentos da Igreja e ver a prática de fraternidade dela antes de julgá-la...


Cada um deve rever os seus atos, saber acolher a todos, vendo a dignidade no interior de cada pessoa e ter como paradigma o modo de Jesus agir - "Eu te perdoo, eu não te julgo", porém sem esquecer o restante da frase - "Vai e não voltes mais a pecar!".

Finados: Padre explica como lidar com medo da morte

Fonte desta publicação: Canção Nova - Entrevistado: Padre Mário Marcelo, Doutor em Teologia Moral pela Academia Alfonsiana, Roma, Itália

De acordo com o sacerdote, o medo da morte é provocado na maioria das vezes por falta de esperança

Luciane Marins Da redação

A Igreja Católica celebra nesta segunda-feira, 2, o Dia de Finados. A data é marcada pela lembrança e a saudade dos que já fizeram a passagem desta vida temporária para a vida eterna.

A morte ainda é um momento que para muitos desperta medo e insegurança. Por isso, o padre Mário Marcelo Coelho, scj, doutor em Teologia Moral, conversou com a equipe do noticias.cancaonova.com e explicou o significado da morte à luz da fé cristã e como as pessoas devem lidar com o medo de morrer.

Leia a entrevista:

noticias.cancaonova.com: Qual o sentido da morte para a fé cristã?

Padre Mário Marcelo: A fé cristã nos apresenta a morte como o encontro definitivo com a vida nova que é Deus, aquela vida que Ele tem para nós, preparou para nós e prometeu para nós. Eu posso dizer que para a fé cristã, a morte é uma passagem, uma passagem para uma existência viva e divina.

Eu não posso dizer que a morte é o fim, mas para a fé cristã é como essa passagem. Passagem de onde? De uma vida temporária para uma vida definitiva, para uma existência definitiva em Deus e com Deus.

noticias.cancaonova.com: O que se pode encontrar depois da morte?

Padre Mário: A nossa fé nos faz professar, nos faz acreditar, que vamos encontrar a vida eterna, e encontrar a vida eterna é participar da ressurreição de Jesus Cristo, é estar em Deus e com Deus. Não só estar com Deus, mas estar em Deus. Então, nós esperamos alcançar essa vida nova em Deus, participando da ressurreição de Jesus Cristo,  porque ele mesmo disse que a ressurreição d’Ele é a nossa ressurreição. É o que nós esperamos, a vida eterna, a alegria eterna em Deus.

noticias.cancaonova.com: São Paulo diz que morrer é lucro. Diante dessa afirmação podemos entender que a morte traz algo de melhor. Para isso é preciso uma vida em Deus? Como orientar uma pessoa que não se sente preparada para morrer?

Padre Mário: A vida aqui, a nossa existência na terra, é boa e Deus quer que busquemos a felicidade. O ser humano foi criado por Deus para a felicidade, então não devemos desprezar a vida aqui na terra, porque Deus nos criou para vivermos bem e vivermos felizes aqui. Mas para quem acredita, essa felicidade que buscamos aqui é um passo para uma felicidade maior que é estar em Deus, que é a vida eterna, que é a realização plena do homem. É para isso que fomos criados: para nos realizarmos plenamente em Deus na vida eterna, nessa vida nova, nessa vida definitiva. Por isso, Paulo diz que é lucro, porque por melhor que seja nossa vida aqui, devemos também almejar essa felicidade maior que é estar em Deus e com Deus na vida eterna. É lucro, pois se nós vamos alcançar algo melhor, claro que será sempre um lucro.

Para conquistarmos, nós devemos sempre viver bem, estarmos cumprindo a vontade de Deus, buscar as coisas de Deus. A ressurreição é um dom, ela nos é oferecida gratuitamente como presente de Jesus que conquistou a vida eterna por nós, mas eu também preciso fazer algo para conquistar essa vida eterna. Por isso, que a vida eterna, ao mesmo tempo que é dom, que é presente, é também tarefa. Então eu tenho que fazer alguma coisa: buscar. Não no sentido simplesmente interesseiro, mas como uma conquista gratuita, uma conquista daquilo que Deus já nos dá, eu preciso ter essa vida em Deus sim para participar definitivamente com Ele. Esse céu, eu já começo a conquistá-lo aqui, para a vida eterna, buscando essa intimidade com Deus.

E para aquelas pessoas que realmente tem dificuldade em acreditar, temos que suscitar esperança, ver o que está acontecendo, porque tem muita gente que passa por momentos difíceis, tem uma existência humana tão exigente, com tanto sacrifício, que às vezes perde a esperança. Aqui vem o nosso profetismo: suscitar nessas pessoas a esperança, a esperança que Deus tem uma promessa e essa promessa, ela vai realizar para aquele que acredita. E a promessa não nos engana, Deus não nos engana.

noticias.cancaonova.com: Deus determina o dia da morte? Existe destino?

Padre Mário: Deus não determina, nós somos criados para a vida. A morte, como nós compreendemos aqui, ela não é um problema para Deus, é um problema para nós, porque para Deus, a verdadeira morte é a condenação.  Então é uma passagem; Ele nos criou para a vida! Claro que a partir disso,  nós temos nossos limites humanos, porque nós vamos  morrer, o nosso corpo é limitado, a nossa existência humana tem as suas limitações. No momento que a morte chegar, claro que Deus vai nos abraçar, vai nos acolher, Ele vai nos amar com a sua misericórdia infinita.

noticias.cancaonova.com: Como enfrentar/vencer o medo da morte? De maneira concreta, quais passos, atitudes, a pessoa deve ter?

Padre Mário: Os passos são os seguintes: primeiro é suscitar a fé, tem que acreditar. Essa fé me faz acreditar, criar essa  confiança. E também rezar, pedir ao Senhor que nos dê essa graça, a graça de também suscitar em nós a esperança – porque a esperança é uma virtude que Deus suscita em nós – então eu vou vencer confiando, rezando, pedindo a Deus que suscite a minha esperança.
Outra coisa, de uma forma prática, é partilhar, conversar com alguém que possa nos ajudar. A partir do momento que eu partilho os meus medos, isso também vai sendo elaborado e trabalhado dentro de mim. Mas, sobretudo, pedir ao Senhor que nos dê a graça de vencer o medo da morte.

Por último, pedir a fortaleza, o dom da fortaleza. A fortaleza é que vai nos ajudar nesse momento que para nós, humanamente, é um pouco traumático, mas para Deus é a Sua glória.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

XXVI - Purgatório (+ Índice do livro)

------------------------------------------------------------------------------------------
XXVI – Purgatório
(+ Índice do livro)
Frei Damião de Bozzano
------------------------------------------------------------------------------------------
Purgatório é o estado, ou antes, o lugar em que as almas dos justos, saídas deste mundo, sem terem satisfeito perfeitamente suas culpas, acabam de expiá-las antes de serem admitidas ao céu.

— A existência do Purgatório é verdade de fé. De fato, no II livro dos Macabeus, lemos que Judas, depois de renhido combate, em que sucumbiu uma grande multidão de guerreiros, fez uma coleta e mandou 12 mil dracmas de prata a Jerusalém para que fosse oferecido a Deus um sacrifício expiatório pelos pecados dos mortos. Depois de relatado este fato, o historiador sagrado acrescenta: "Portanto, santo e salutar é o pensamento de rezar pelos defuntos, afim de que sejam absolvidos dos seus pecados". (II Mac. 12, 46).

Esta passagem nos dá o direito de concluir que entre o céu e o inferno há um lugar de expiação. Com efeito, as almas que estão no céu não têm necessidades das nossas orações, as que estão no inferno não podem, pelas mesmas, receber este alívio.

Portanto deve haver um terceiro lugar, em que as nossas orações sejam úteis às almas que nele se encontram, lugar que nós, católicos, chamamos de Purgatório.

Mas dizem os protestantes, os dois livros dos Macabeus são apócrifos, não pertencem à Divina Escritura.

Quem os declarou apócrifos foram Lutero e Calvino. Mas a Igreja Universal os considerou sempre como autênticos e divinos e como tais tem sido citados pelos SS. Padres mais antigos: por isto Sto. Agostinho pode dizer: "A Igreja de Deus tem reconhecido sempre os livros dos Macabeus como livros canônicos, isto é, como pertencentes à Divina Escritura". (Cid. de Deus 36).

XXV – A Imaculada

------------------------------------------------------------------------------------------
XXV – A Imaculada
Frei Damião de Bozzano
------------------------------------------------------------------------------------------
Criando Deus os nossos primeiros pais, além dos dons da natureza, concedeu-lhes também outros dons gratuitos e principalmente lhes infundiu a graça santificante, pela qual se tornaram seus filhos adotivos e herdeiros do céu. Esta graça deveriam eles transmiti-la aos seus herdeiros, mas com a condição de que se mantivessem e Lhe obedecessem.

Instigados por Satanás desobedeceram e por isso perderam esta graça tanto para si mesmos como para nós também. Jesus veio para no-la restituir e para tal fim derramou todo o seu Preciosíssimo Sangue. Note-se, porém, que essa graça não nos é infundida desde o primeiro instante da nossa existência, mas somente ao recebermos o santo Batismo. Esta privação da graça santificante, na qual todos somos concebidos, é justamente o que se chama pecado original e que todos contraímos, por sermos filhos de Adão e Eva.

Criatura alguma foi preservada deste pecado? Sim. Dele foi preservado Nossa Senhora e isto é o que queremos significar quando a chamamos de Imaculada. Ela não contraiu o pecado original em vista dos merecimentos de Jesus seu Filho; portanto, isto quer dizer que desde o primeiro instante da sua existência foi bela e santa aos olhos de Deus.

Eis o que vou demonstrar e para proceder com a maior clareza possível, dividirei o tema em dois pontos: 1° Era conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original: 2° E de fato A preservou.

Sob todo que qualquer aspecto que consideremos a Virgem SSma. Sempre aparece como sumamente conveniente a sua Imaculada Conceição. Estavam as três pessoas divinas empenhadas em conceder a Maria este privilégio. Vejamo-lo, começando pela primeira pessoa.

XXIV - Virgindade de Nossa Senhora

------------------------------------------------------------------------------------------
XXIV – Virgindade de Nossa Senhora
Frei Damião de Bozzano
------------------------------------------------------------------------------------------
A perfeita virgindade de Nossa Senhora é uma verdade revelada por Deus, definida pela Igreja, em que devemos crer, assim como cremos nos mistérios da SSma. Trindade, da Encarnação e nos dogmas do Credo.

Maria foi sempre virgem antes do parto, no parto e depois do parto.

Maria foi virgem antes do parto.

Já Isaías o tinha predito: "Eis que uma virgem conceberá"(Isaías 7, 14) e às palavras do profeta respondeu a realidade. De fato o Evangelista atesta que o Arcanjo S. Gabriel foi enviado por Deus a uma Virgem desposada com José. E quando lhe propôs a divina maternidade, muito se perturbou e não a aceitou, senão depois de lhe ter sido assegurado que a sua virgindade não teria sofrido detrimento. Eis a cena tal como a conta.

o Evangelho:

"Como se dará isso? — perguntou Maria ao anjo — pois não conheço varão?"  Respondeu-lhe o anjo, dizendo: "O Espírito Santo descerá sobre Ti e a força do Altíssimo te cobrirá com sua sombra". Somente Maria deu o seu consentimento, dizendo: "Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra".  (Lc 1, 34 e Seg.).

Maria foi virgem no parto. Com efeito, Isaías não somente diz que uma virgem conceberá, mas também que dará à luz um filho. Oráculo este que se realizou em Maria, conforme atesta S. Mateus.

XXII - Divina Maternidade da Virgem Santíssima

------------------------------------------------------------------------------------------
XXII - Divina Maternidade da Virgem Santíssima
Frei Damião de Bozzano
------------------------------------------------------------------------------------------
A Igreja nos ensina a dizer no Credo, a respeito de Jesus Cristo: "Nasceu de Maria Virgem". Nestas três palavras estão expressas duas verdades muito claras para nós cristãos: A Maternidade divina de Maria e a sua Pureza virginal.

Estudemo-las em dois capítulos distintos. 

A Divina Maternidade da Virgem SSma. pela primeira vez, foi negada explicitamente por Nestório e depois pelos protestantes. E a razão que alegam é esta: Maria não deu a divindade a Jesus Cristo; deu-lhe somente a humanidade. Portanto pode ser chamada — Mãe de Cristo-Homem — mas não —  Mãe de Deus.

A divina Escritura, porém, e a própria razão estão contra eles.

I — Antes de tudo a divina Escritura, pois nela encontramos Maria, saudada Mãe de Deus.

a) De fato Isaías (7, 14) diz: "Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel, isto é, Deus conosco".

Como cada qual pode ver, o profeta aqui diz abertamente que o filho, que havia de nascer da Virgem seria Deus.

Ora, se da Virgem SSma. nasceu um Deus, quer dizer que é Mãe de Deus.

b) Na anunciação disse o Arcanjo S. Gabriel à Maria: "O Santo, que nascerá de Ti, será chamado Filho de Deus".

XXII - Intercessão da Virgem Ssma. e dos Santos

------------------------------------------------------------------------------------------
XXII - Intercessão da Virgem Ssma. e dos Santos
Frei Damião de Bozzano
------------------------------------------------------------------------------------------
Nós católicos, além de dirigirmos as nossas orações a Jesus Cristo, recorremos também à intercessão da Virgem Maria e dos Santos. Podemos fazê-lo? Os protestantes negam. A Igreja, pelo contrário, nos responde que podemos fazê-lo e com muito proveito.

Eis as provas:

Um justo que mora aqui na terra pode rogar a Deus por nós e alcançar-nos graças.

De fato diz Jesus Cristo: "Orai pelos que vos perseguem e caluniam". (Mt 5, 44). E S. Tiago nos assegura da eficácia desta oração, feita pelos outros, dizendo: "Orai uns pelos outros, porque a oração do justo muito pode"(Tg. 5, 17 ). Por isso o apóstolo S.  Paulo sempre se recomendava às orações do fiéis e na sua epístola aos romanos (15, 30) dizia-lhes: "Rogo-vos, irmãos, por Nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito Santo, que me ajudeis com as vossas orações por mim a Deus".

Ora, se um justo sobre a terra pode rogar a Deus por nós a alcançar-nos graças, muito mais o pode um justo no céu, um santo. Digo "muito mais", porque um santo no céu está mais unido a Deus pelo vínculo do amor, da caridade.

XXI. O Culto de Deus, dos Santos e das Imagens.

------------------------------------------------------------------------------------------
XXI O Culto de Deus, dos Santos e das Imagens
Frei Damião de Bozzano
------------------------------------------------------------------------------------------
Adorar significa reconhecer alguém como nosso Criador e nosso Soberano Senhor.

Ora, somente Deus é o criador, o Soberano Senhor de todas as coisas.

Logo, somente ele deve ser adorado. Mas a fé nos ensina que em Deus há três pessoas: Padre, Filho e Espírito Santo. Cada uma das pessoas divinas deve ser adorada? Sem dúvida, pois cada uma das pessoas divinas é Deus.

Deus se adora principalmente com a alma, porque é ela quem pode reconhecer a Deus como Criador e Soberano Senhor. E a alma O adora, fazendo atos de Fé, de Esperança e de Caridade: pela Fé O reconhece como Suma Verdade, pela Esperança como Sumo Bem, que nos pode tornar plenamente felizes, pela Caridade como Sumo Bem, que merece ser amado acima de todas as coisas.

Deus, porém, deve ser adorado também exteriormente com o corpo, porque dependemos de Deus, também quanto ao corpo. E adoramos a Deus exteriormente como o corpo, ajoelhando-nos, inclinando a fronte, rezando, recebendo os sacramentos, oferecendo-lhe a Santa Missa, fazendo votos.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Padre Cleidimar Moreira: Quem não for batizado não entra no Reino do Céu.

Em João 3, acontece o encontro de Jesus com Nicodemos, homem justo, temente, fiel a Deus, ele disse a Jesus “Mestre, sabemos que vens da parte de Deus, pois ninguém pode fazer os sinais que fazes se Deus não estiver com ele”. Então daqui que a gente vê que os milagres que Jesus fazia, os sinais que Jesus deixava era sinal da Sua divindade. E Jesus disse a Nicodemos “em verdade, em verdade eu te dito, quem não nascer do alto não pode ver o Reino de Deus”. Jesus quis dizer que este nascer do alto, esse nascer de novo, significa ressuscitar com Cristo para uma vida nova através do batismo “não pode ver o reino de Deus, não pode intender o Reino de Jesus e ter a Vida Eterna”. Por que é pelo batismo que as portas do Céu são abertas para nós. Nicodemos pensava que fosse um renascimento natural da carne, mas Jesus falava do renascimento espiritual pelo batismo. Quando nós nascemos da nossa mãe, temos o primeiro nascimento natural, mas quando somos batizados, nós nascemos para Deus, para a vida em Deus. Então Jesus disse a Nicodemos “em verdade, em verdade te digo, quem não nascer da Água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus”. Isso é uma alusão do batismo e da sua necessidade. O batismo é essencial para alguém entrar no Reino do Céu. A Igreja intendeu muito claramente isso e, é, por isso, que a Igreja não quer que nenhuma pessoa morra sem o batismo. A tal ponto que a Igreja diz, que qualquer pessoa pode batizar outra pessoa que esteja morrendo e que não seja batizado, e não precisa pedir ordem para ninguém. Se você estiver diante de uma pessoa que está morrendo e esta pessoa não foi batizada, você deve batizar essa pessoa. Mas somente se não tiver tempo de que um sacerdote da Igreja batize esta pessoa. Quando nasce uma criança, por exemplo, no hospital nascendo com o perigo de morrer, as enfermeiras principalmente católicas, deve batizar a criança. Basta derramar um pouco de água e dizer com convicção e com fé “eu te batizo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”. Porque o batismo é necessário. Em Rm 6,4 São Paulo ensina que pelo batismo, nós participamos da morte e da ressurreição de Jesus. Morremos nos braços do demônio, e renascemos nos braços de Deus. E a criança que morre sem o batismo? A Igreja diz que ela pode se salvar, porque ela não tem culpa, só que a Igreja diz que ela será salva de uma maneira extraordinária, porque pela maneira ordinária é pelo batismo. O que Deus quer, e o que a Igreja ensina, é não deixar que nenhuma criança e nem um adulto morra sem ser batizado. Por que Jesus disse “quem nascer da carne é carne, e quem nascer do Espírito é do Espirito”, ou seja, quando nós nascemos, nós nascemos da carne, e quando somos batizados, é aí que Jesus quis dizer que nós nascemos do Espírito.

Padre Cleidimar Moreira
(Confira: Artigo original)

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Pequena história explicando os Títulos de Maria Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe!

"Olhem que lição simples : Uma jovem estava na porta do elevador aguardando, quando apareceu a sua vizinha de porta. Cumprimentaram-se e, puxando conversa, a jovem falou: Estou indo rezar o terço de Nossa Senhora.

Para seu espanto, ouviu a vizinha perguntar-lhe:


- De qual delas? Vocês inventaram tantas ...
A jovem engoliu seco a zombaria, ofereceu aquele momento desagradável a Deus, e começou a falar-lhe:
- Você tem seu nome mas, como é que sua filha chama você?
Antes que ela respondesse a jovem continuou:
- Chama você de 'mamãe'. E a sua neta a chama de 'vovó'. Seu marido chama você de 'meu bem' ou, quem sabe, de algum apelido carinhoso. Para mim, você é a minha 'vizinha'. Para o zelador do prédio, a 'moradora do 602'. Sua mãe chamava você de 'minha filha querida' ...
O elevador chegou, elas desceram juntas e a jovem ainda lembrou do médico que a chamava de minha 'paciente', o feirante que a chamava de 'freguesa', o comerciante que a chamava de 'cliente' e etc.
A vizinha estava visivelmente aborrecida com a lição. Quando ia afastar-se ainda ouviu:
- Se você vizinha, tem tantos títulos, imagine aquela que é a Mãe de Deus, a rainha do Universo?!
E, com um sorriso, aquela jovem seguiu seu caminho, para rezar o terço."

Autor desconhecido! 
(Chegamos a este artigo através de Alzira Fátima Cruvinel, a agradecemos muito!)

Murilo Evangelista: A BELEZA SALVARÁ O MUNDO...

Infelizmente algumas linhas protestantes perderam por completo o senso do belo. Após a revolução Francesa o mundo caiu naquilo que chamam de arte moderna, que na verdade é uma deformação do belo, um pretexto para que "artistas" sem talento façam fama... 

E a Igreja diante disso, o que deve fazer?

A meu mesquinho ver, penso que devemos resistir no belo, que é imutável. O belo sempre será belo, pois provém de Deus. Não é protestantizando as igrejas que conseguiremos converter protestantes. A Beleza é capaz de converter os corações mais empedernidos. 

Devemos catolicizar nossas igrejas católicas (parece contraditório), levantar belos e esplendorosos altares, promover corais polifônicos, devemos trabalhar pela glória de Deus, por meio da beleza da arte.

Dr. Murilo Evangelista
Fonte (artigo original).

Maurino dos Reis: É precisamente a fé no Criador que sustenta a credibilidade na ciência.

Acreditar em Deus não nos coloca numa postura anti científica, na verdade é precisamente a fé no Criador que sustenta a credibilidade na ciência. Não houvesse uma ordem na natureza jamais poderíamos fazer ciência, não houvesse Deus jamais poderíamos falar em ordem no universo.

Alguns filósofos até tentaram negar que exista qualquer ordem no cosmos, mas graças a Deus o discurso deles não foram levados para a realidade prática, o que resultaria num fechamento de qualquer laboratório científico.

As leis da física, os avanços na astronomia, na medicina e em todos os setores científicos são provas irrefutáveis da existência de Deus. O homem só crê na veracidade de suas pesquisas quando estas se conformam à sua razão, mas e a razão, qual critério para considera-la legítima?

No fundo qualquer cientista possui uma fé na razão, e a razão sabe que existe um ordenamento das realidades, o que a permite especular dados particulares para obter verdades universais. Este círculo virtuoso demonstra quão amigas são a fé e a razão.

Seminarista Maurino dos Reis Pereira

quinta-feira, 9 de junho de 2016

“Aquele que suporta as tribulações com paciência tem o paraíso antecipado”… Veja como é importante a resignação com a Vontade de Deus

É necessário ter paciência nas provações e nas tribulações, pois, se Deus as permite, são sempre para um bem maior.

Em tudo o que acontece reconhecei sempre a vontade de Deus. 

Toda a malícia dos homens e do demônio não pode fazer que aconteça alguma coisa contra a vontade de Deus; é por isso que Nosso Senhor afirma que não cairá um cabelo da nossa cabeça sem a vontade do Pai celeste.

Assim, nas doenças, nas tentações, nas injúrias, em qualquer acontecimento, remontai à vontade de Deus, dizendo com um coração submisso e amante: “Seja feita a Vossa vontade”; que o Senhor faça de mim o que quiser, quando quiser e como quiser.

Deste modo, as coisas difíceis e pesadas tornam-se fáceis de suportar. 

Santa Maria Madalena de Pazzi dizia: “Não sentis que doçura encerra esta só palavra: vontade de Deus?”. Como o cajado mostrado a Moisés adoçou o amargor das águas, da mesma sorte esta palavra dá doçura às coisas mais amargas.

Porém, na ausência desta luz e deste ato de fé, a pena é insuportável: por isso São Felipe Neri dizia: 

Nesta vida não há purgatório, mas há ou o paraíso ou o inferno, porque aquele que suporta as tribulações com paciência tem o paraíso antecipado, e aquele que não as suporta com paciência tem o inferno”.

Não só a tribulação vem de Deus, mas é destinada por Ele para alcançar-nos um maior bem. O medicamento desagrada ao doente, mas o médico dedicado prescreveu-o para sua cura. Para que, pois, mudar em assunto de queixas o que devia ser para nós motivo de ação de graças?

A cruz, diz o nosso santo, é a verdadeira porta por onde se entra no templo da santidade: não se pode entrar nele por nenhuma outra. Vale mais conservar-nos um instante na cruz, do que gozar as delícias do céu. 

A felicidade dos bem-aventurados consiste no gozo de Deus, e a dos homens neste mundo no sofrimento pelo amor de Deus: é por isso que Nosso Senhor chama felizes aos que sofrem durante o exílio, porque serão eternamente consolados na pátria: “Felizes os que choram”.

Eu disse – sofrer pelo amor de Deus; porque segundo a expressão de Santo Agostinho não há ninguém que ame o sofrimento ou a impressão da dor; mas amamos sofrer, amamos a virtude da paciência e o mérito e o fruto que dela provém aos que sofrem. 

Assim, pois, a nossa inclinação natural a sermos livres do sofrimento não sem opõe à mais perfeita resignação. É o grito da natureza, que a graça aperfeiçoa pouco a pouco, mas que não pode nunca destruir. 

Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele próprio, para mostrar que era um verdadeiro homem, pediu que o cálice de sua paixão se afastasse dEle. 

Não procureis, pois, ser estoicamente indiferente ou insensível; mas cristãmente paciente, ou corajosamente resignado. É o que pedem a razão do homem e a fé do cristão.

Fonte: retirado do livro “Direção para sossegar nas suas dúvidas as almas timoratas” do Rev. Pe. P. Quadrupani.

Dom Irineu Danelon: Como podemos ver o outro?

Como Deus nos chama a enxergar o outro?

O essencial é invisível aos olhos, só se vê com o coração. E quando é que os olhos conseguem ver? É quando se tem amor.

Pior que uma igreja vazia é uma igreja cheia de gente vazia. Viemos aqui para nos encher do amor que Deus nos concede. Deus não se cansa de nos amar e perdoar, somos nós quem nos cansamos de amar e pedir perdão.

Quando é que termina a noite e começa o dia? A noite termina e o dia começa quando você olha para o outro e descobre nele os traços de um irmão. Enquanto você não tem esta capacidade ainda é noite. “Vós sois a luz do mundo”, portanto não viemos ao mundo para encontrarmos o cisco nos olhos do outro, mas para ser luz.

O primeiro milagre de Jesus começou com compaixão. A Virgem Maria teve compaixão daquele casal nas bodas de Caná, e naquela ocasião ela mesma o ensinou a ser compassivo.

A Virgem Maria teve compaixão também quando participou da Paixão do Senhor. Quando Jesus falecia, perguntou por que o Pai o havia abandonado, porque a mãe estava presente visivelmente.

Como diz certa música: “Se és a minha mãe então me escutarás, se és a minha mãe, então me ajudarás”.

Peçamos a Virgem Maria a graça de amar a quem não merece. Amar somente a quem merece não é amor verdadeiro. Sem isto a Pastoral da Sobriedade não vai para frente. Somos chamados ao amor maior. Transcrição e adaptação: Rogéria Nair

Dom Irineu Danelon
Bispo da Diocese de Lins – SP 

Fonte: Canção Nova

Cardeal Caffarra fala sobre carta que a Irmã Lúcia lhe enviou sobre o tema família

Roma - Itália (Terça-feira, 07-06-2016, Gaudium Press) O Cardeal Carlo Caffarra, Arcebispo emérito de Bolonha e fundador do Instituto João Paulo II para Estudos sobre o Matrimônio e a Família, falou com Marco Ferraresi de 'La Nuova Bussola Quotidiana' sobre diversos temas, entre eles os de sua especialidade. Entre outras revelações, o purpurado italiano falou sobre a carta que a Irmã Lúcia, vidente de Fátima, lhe enviou em resposta a uma sua na qual pedia orações pelo Instituto que estava se consolidando. A seguir reproduzimos alguns trechos da entrevista:

- Eminência, o que é a família?
- É a sociedade que tem origem no matrimônio, pacto indissolúvel entre um homem e uma mulher, que tem a finalidade de unir aos cônjuges e transmitir a vida humana.

- De uma união civil, segundo a lei Cirinnà, nasce uma família? [Ndr. A lei Cirinnà, promulgada recentemente na Itália, reconhece uniões de fato sem distinção de sexo]
- Não. O presidente da República Sergio Mattarella, ao assinar esta lei, apoiou a redefinição de matrimônio. Mas uma medida normativa não muda a realidade das coisas. Temos que dizer claramente: os prefeitos (sobretudo, naturalmente, os católicos) devem fazer objeção de consciência. Ao celebrar uma união civil seriam, de fato, corresponsáveis de um ato ilícito grave no plano moral.

A Igreja e o ensino na Idade Média

Foto: cleofas.com.br
O Dr. Thomas Woods, PhD em História pela Universidade de Harvard nos EUA, disse em um dos seus livros que:

“Bem mais do que o povo hoje tem consciência, a Igreja Católica moldou o tipo de civilização em que vivemos e o tipo de pessoas que somos. Embora os livros textos típicos das faculdades não digam isto, a Igreja Católica foi a indispensável construtora da Civilização Ocidental. A Igreja Católica não só eliminou os costumes repugnantes do mundo antigo, como o infanticídio e os combates de gladiadores, mas, depois da queda de Roma, ela restaurou e construiu a civilização”. [Woods, 2005, pg. 7]

Um dos pontos mais importantes da atuação da Igreja na Idade média cristã, foi no campo da Ciência. Sem a Igreja não haveria a beleza da arquitetura, da música, da arte sacra, das universidades, dos castelos, do direito, da economia, etc.

No séc. VI São Cesário de Arles já expunha no Concílio de Vaison (529) a necessidade imperiosa de criar escolas no campo; e os bispos se dedicaram a isto. Da mesma forma foi a Igreja que montou para Carlos Magno (†814) a sua política escolar; e retomou a tarefa educadora no séc. X após o fim do seu Império.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Aparições De Nossa Senhora em Kibeho Ruanda (Aprovada Pelo Vaticano)


Papa excomunga grupo italiano ‘Menino Jesus de Gallinaro’

A organização pseudo-religiosa espalhava falsas doutrinas religiosas e ensinamentos bíblicos distorcidos e estranhos à verdade dos textos sagrados.

A organização pseudo-religiosa, centrada no culto da vidente Giuseppina Norcia e guiada pelo genro Samuel, estava comprometida com a difusão de “doutrina falsamente religiosas e ensinamentos bíblicos distorcidos e estranhos à verdade dos textos sagrados”.

O Papa Francisco excomungou o grupo “Menino Jesus de Gallinaro”. A notícia foi publicada no domingo pela manhã, com a leitura do decreto da Congregação para a Doutrina da Fé durante a missa em todas as paróquias da diocese italiana de Sora-Aquino-Pontecorvo Cassino-.

sábado, 4 de junho de 2016

Dom Henrique Soares da Costa: Vaticano II? Sim! Mas, qual?

Vaticano II? Sim! Mas, qual? 

Muita gente interpretou e interpreta o Concílio Vaticano II como uma ruptura com o passado. É comum até mesmo em salas de aula de cursos de teologia encontrar professores ridicularizando gostosamente a Igreja "pré-conciliar". Segundo essa mentalidade, antes do Concílio tudo era imperfeito e a Igreja era um museu: autoritária, alienada e afastada do mundo... Após o Concílio, ao invés, tudo é maravilhoso, tudo se faz novo e deve ser fazer de novo! Certamente, tal interpretação é totalmente equivocada. Bento XVI a chama de hermenêutica da descontinuidade. Segundo o Papa, o modo correto de compreender o Vaticano II é a hermenêutica da reforma: na força do Espírito Santo a Igreja viva vai sendo sempre e gradualmente reformada... O Vaticano II é apenas mais um evento desse contínuo processo que vai de Cristo até o fim dos tempos. O Concílio não rompeu com o passado, mas o relê e o reinterpreta no presente... Vejam só algumas frases de Bento XVI, no seu discurso de final de ano à Cúria Romana neste 2005:

“Por um lado, dá-se uma interpretação que gostaria de chamar de 'hermenêutica da descontinuidade e da ruptura'; com freqüência pôde servir-se da simpatia dos meios de comunicação, e também de uma parte da teologia moderna. Por outra parte, dá-se a 'hermenêutica da reforma', da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos deu; é um sujeito único do Povo de Deus em caminho”.

“A hermenêutica da descontinuidade corre o risco de acabar em uma ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar. Afirma que os textos do Concílio como tal não seriam a autêntica expressão do espírito do Concílio. Seriam o resultado de compromissos nos quais, para alcançar a unanimidade, teve-se que lutar contra muitas coisas velhas que hoje são inúteis. No entanto, o verdadeiro espírito do Concílio não se revelaria nestes compromissos, mas nos impulsos para o novo que estão subentendidos nos mesmos: só estes representariam o verdadeiro espírito do Concílio e partindo deles e em conformidade com eles haveria que seguir adiante. Precisamente porque os textos refletiriam somente de maneira imperfeita o verdadeiro espírito do Concílio e sua novidade, seria necessário ir corajosamente mais além dos textos, deixando espaço à novidade na que se expressaria a intenção mais profunda, ainda que todavia não clara, do Concílio. Em uma palavra, não haveria que seguir os textos do Concílio, mas seu espírito…”

Depois de criticar duramente essa hermenêutica da descontinuidade, o Papa alerta para a necessidade de interpretar e viver o Concílio no espírito de continuidade com a grande Tradição da Igreja. Nesta perspectiva, sim, o Vaticano II já deu e continuará dando inúmeros e preciosos frutos à Igreja de Cristo!

O discurso do Santo Padre pode ser lido neste mesmo site, no link "Bento XVI"(http://www.domhenrique.com.br/index.php/bento-xvi/569-discurso-do-santo-padre-a-curia-romana). O Papa faz também um belíssimo elogio a João Paulo II Magno. Acho que vale a pena dá uma olhada...

Dom Henrique Soares da Costa,
Bispo da Diocese de Palmares (PE).
_____________________________________________

Dom Fernando Arêas Rifan: Laicidade e laicismo

LAICIDADE E LAICISMO
 
A festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI. O Reino de Jesus Cristo, “que não terá fim” (Credo de Nicéia), se manifesta na mesma pessoa de Cristo (Lumen Gentium, 5), e foi confiado por ele à sua Igreja, preparando-nos para a sua plena realização no Reino do Céu, quando Deus será tudo em todos (cf. 1 Cor 15, 28). Esta solenidade foi instituída especialmente como remédio contra o laicismo (Pio XI, Encíclica Quas Primas, 15).


Para a doutrina moral católica, o sadio laicismo ou laicidade, entendido como autonomia da esfera civil e política da religiosa e eclesiástica – mas não da moral – é um valor adquirido e reconhecido pela Igreja, no mundo atual. “No domínio próprio de cada uma, comunidade política e Igreja são independentes e autônomas” (Gaudium et Spes, 76). “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, explica Nosso Senhor (Mt 22,21). Mas esta independência dos poderes da Igreja e do Estado não isenta a “César” do dever de dar a Deus o que é de Deus, da obrigação de seguir a Lei divina, natural e positiva.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dom José F. Falcão de Barros: 35 Catequeses completas sobre a Santa Igreja Católica.

Dom José Francisco Falcão de Barros, Bispo Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil. nasceu no dia 24 de março de 1965, em Paulo Jacinto, Estado de Alagoas. Tem como lema Episcopal “IN OBOEDIENTIA VERITATIS” (Em Obediência à Verdade).

Bispo dedicado a missão de levar o Evangelho aos povos, de defender a única verdade que liberta e salva: Jesus Cristo que edificou uma só Igreja! Um Bispo que trás esperanças para a Igreja no Brasil que passa por uma crise de fé tão grande.

Em seu canal oficial no YouTube Dom José Falcão disponibiliza os vídeos de suas aulas do Curso Bíblico, até o momento Dom José já tratou dos temas: "A Palavra de Deus" e "Apocalipse de São João", e está em andamento o curso sobre o "Livro do Gênesis", acompanhe as aulas Aqui! Nesta publicação selecionamos as vídeo aulas (35 vídeos) da parte do Curso que trata do tema: "A Palavra de Deus", uma catequese muito bem explicada e fundamentada nas Escrituras e na Tradição para conhecermos melhor a nossa fé e, podermos também defendê-la quando alguém caluniar a Igreja de Jesus Cristo.

Confira, assista cada uma das vídeo aulas de Dom José Falcão com bastante atenção: