sábado, 10 de setembro de 2016

COMO COISA E PROPRIEDADE VOSSA

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COMO COISA E PROPRIEDADE VOSSA
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Foi ainda aos pés da cama com meus pais que aprendi a Oração da Consagração a Nossa Senhora. Antes mesmo de saber e entender o que eu estava falando eu já a rezava.

Essa oração tem me acompanhado todos os dias de minha vida. Ela me remete sempre à aquela ternura do lar, ao cheiro de minha mãe e a segurança da casa paterna. Nessa oração sempre encontro o aconchego que um filho encontra nos braços da mãe, até porque ela me faz pensar nas duas mulheres que mais amo: Minha Mãe do Céu e minha mãe da terra.

Muita gente conhece e reza a oração de Consagração a Nossa Senhora. Entretanto, é muito comum as pessoas alterarem a oração na parte em que fala como coisa e propriedade vossa, para como filho(a) e propriedade vossa.

Não imagino o porquê dessa alteração, já que somos criaturas de Deus. Além do que se a oração foi composta desta forma, por qual motivo alterá-la?
Reproduzo aqui parte do artigo Como surgiu o canto e a oração da Consagração a Nossa Senhora?, publicado no site da mãe peregrina que explica o sentido original em que foi criada a oração:

Como surgiu o canto e a oração da Consagração?

As citações a seguir foram retirados do livro Viver da Fé, escrito pelo Pe. Kentenich: Essa oração é atribuída a um padre jesuíta, chamado Zuchi. Aos dez anos de idade, perdeu sua mãe. Levado por profundo impulso religioso raciocinou nestes termos: Não tenho mais mãe terrena. Que farei? Sem mãe não poderei viver. Consagrar-me-ei por isso a Mãe de Deus, far-me-ei total e inteiramente dependente dela. Compôs a oração, escrevendo-a com sangue, é esta a oração da consagração a Nossa Senhora conhecida por todos nós.

O Pe Zuchi atingiu idade avançada. Antes de morrer, colocou o ponto final em sua consagração, confessando solenemente o seguinte: Esforcei-me para viver esta consagração e com suma gratidão tenho de testemunhar, frente à Mãe de Deus, ter-me Ela livrado, durante toda a vida, do pecado grave. Ela de fato agiu comigo como sua possessão e propriedade. Agora posso partir para a felicidade eterna, para contemplá-la e nela ser propriedade de Deus eterno, por toda a eternidade.

Como se pode perceber, o Pe. Zuchi se consagrou a Nossa Senhora de tal forma que ele se tornou sua propriedade. Pesquisando no dicionário a palavra propriedade, um dos sentidos encontrados é o direito pelo qual uma coisa pertence a alguém. Por sua vez, coisa é algo de que se tem a posse. Ao se declarar de propriedade de Nossa Senhora, o Pe. Zuchi assumia a condição de coisa. Ora, filhos de Deus e de Nossa Senhora, todos nós somos, sem necessidade alguma de consagração especial para isso.

O sentido de ser coisa, presente na oração, está correto e não torna menos digno quem se diz coisa de Nossa Senhora.

Assim, não há motivo ou justificativa para adulterar a oração original. O filho, por mais que ame seus pais, é sempre livre de discordar com eles e de fazer por si mesmo suas ações. Quando nos colocamos nas mãos de Deus e de Maria como coisa e propriedade, abrimos mão desse direito de liberdade para sermos instrumentos, coisas das quais Deus e Maria podem usar como lhes bem aprouver para a santificação e conversão do mundo. Assim, nos colocamos como instrumentos nas mãos de Maria para colaborar com Ela no plano de Salvação de seu Divino Filho. Não deixamos com isso de sermos filhos de Deus e de Maria, mas doamo-nos de modo pleno a Eles para sermos usados como instrumentos.

Eis a fórmula correta e original da Oração de Consagração a Nossa Senhora:

Ó minha Senhora, ó minha Mãe, eu me ofereço todo a Vós, e em prova de minha devoção para convosco, eu vos consagro neste dia meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e inteiramente todo o meu ser.
E por que assim sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e, defendei-me como coisa e propriedade vossa. Amém.

Outro dia, alguém me mostrou que na Bíblia da Ave Maria, consta: Filho e Propriedade, mas aquela parte do apêndice da Edição Ave Maria NÃO É TEXTO SAGRADO enquanto Palavra de Deus, é apenas um acréscimo para que os cristãos tenham as diversas orações em um único livro.

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