sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Não duvide da Misericórdia de Deus, mas também não duvide de sua Justiça.

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Não duvide da Misericórdia de Deus, mas também não duvide de sua JUSTIÇA.
Artigos do Blog | Por Thiago A. Borges de Azevedo
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O cristão não pode usar o Amor de Deus como alvará para ofendê-Lo quando bem entender. O cristão não pode dizer "erro, por que confio no Amor de Deus", pois estará implicitamente dizendo "erro, por que Deus é um incapaz, eu posso mais que Ele, pois Ele é Misericordioso". Não! Não é assim, não transforme Deus num servo dos nossos pecados, pois Cristo veio ao mundo justamente para nos libertar das correntes do pecado e não para dar forças a essas correntes, e a prova disto é que disse Cristo aos Apóstolos: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. (Mc 16,15,16)". A condenação existe assim como a Salvação, e somos nós, com nossas livres ações/escolhas, que escolhemos se queremos o inferno ou o Céu.

Não duvide da Misericórdia de Deus, mas também não duvide da Justiça de Deus. São Basílio nos ensina que "O Senhor é bom; mas também é justo. Não queirais pensar Deus pela metade." Santo Afonso de Ligório ensina que "A misericórdia foi prometida a quem teme a Deus e não a quem abusa dela." E São João Crisóstomo ensina/alerta "Acautelai-vos quando o demônio (não Deus) vos promete a misericórdia divina com o fim de que pequeis". Santo Agostinho diz "Ai daquele que para pecar confia na esperança!..." E Santo Afonso acrescenta que "A quantos essa vã ilusão tem enganado e levado à perdição. Desgraçado daquele que abusa da bondade de Deus para ofendê-lo mais!..." E, citando São Bernardo, Santo Afonso diz três coisas, entre muitas de suas sentenças, impressionantes, "Lúcifer foi castigado por Deus com tão assombrosa presteza, porque, ao rebelar-se, esperava não ser punido". Citando São João Crisóstomo, diz também que, "Judas se condenou, porque se atreveu a pecar confiando na clemência de Jesus Cristo." E citando Santo Agostinho nos diz que, "Quem ofende a Deus, fiado na esperança de ser perdoado, 'é um escarnecedor e não um penitente'." "O Senhor, porém, amaldiçoa aquele que peca na esperança de perdão – 'Maledictus homo qui peccat in spe. " Conclui Santo Afonso, em sua grande, belíssima e inestimável obra "Preparação para a Morte".

Santo Afonso também explica que "A esperança depois do pecado, quando o pecador deveras se arrepende, é agradável a Deus". Ou seja, não há motivos para o cristão duvidar da Misericórdia de Deus, Deus provou indiscutivelmente seu Amor por todos nós quando enviou seu Único Filho para redenção dos pecados da humanidade através da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz. O que não podemos é, dando aqui um exemplo, pedir o perdão adiantado antes de cometer o pecado, acho que isso ficou bem claro, não dá para fazermos confusão: Se cairmos na tentação, nos arrependamos (depois do pecado) e recebamos o perdão de Deus, mas como explica Santo Afonso, o problema são os obstinados, isto é, aqueles que dizem "eu posso pecar, por que o Senhor é bom", transformando a Misericórdia de Deus num "instrumento para validação dos pecados."

Thiago A. Borges de Azevedo
Visconde de Itaboraí, 07 de Outubro de 2016.

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