Saudade
do Natal de Jesus
Autor: Dom Henrique
Soares da Costa, Bispo da Diocese de Palmares (PE),
10 de Dezembro de 2016 | Fonte
Que saudades do Natal cristão que não vem,
que vai desaparecendo, ano após ano...
Que saudade de um mundo que acreditava, que
era capaz de rejubilar-se, esperançoso, otimista, feliz - mesmo com todos os
problemas - porque sabia com certeza certa da existência de um Deus de amor e
bondade - Deus santo de Abraão, Isaac e Jacó - que na plenitude dos tempos, de
modo admirável, surpreendente, terno, meigo, poético, de Maria Virgem enviou o
Seu Filho amado a este mundo ferido e cansado.
Que saudade do presépio, do Menino envolto em
faixas, do olhar terno da Virgem Mãe, dos joelhos dobrados do casto e humilde
José, da admiração dos pastores, dos anjos envoltos em luz...
Que saudade do boi e do burrico que
reconheceram o seu dono, o seu senhor...
Que saudades de um mundo, de uma sociedade
que sonhava e esperava porque acreditava!
Que natal frio, vazio, morto e escuro, esse
vivido pela sociedade ocidental.
Natal mentiroso, sem Jesus, sem Deus, sem a
ternura do Emanuel!
Natal de nada, de Papai Noel, de consumo, dos
ornamentos pagãos enfeitando de vazio espiritual as nossas cidades, de compras
e superficialidades...
Natal de hipocrisia, de alegria vazia,
alegria por nada, alegria de nada, alegria mundana, tristeza maquiada,
lipoaspirada, fugaz, artificial! Natal pecaminoso, de negação de Deus, de
esquecimento do Mistério, de incapacidade de acolher o Senhor e a Ele adorar e
a Ele obedecer! Antinatal! Natal dos anticristos!
Que tristeza, as nossas cidades iluminadas
por nada, preparando-se para nada, esperando uma noite de nada... Como pôde o
nosso Ocidente outrora cristão chegar a este ponto de vazio, de leviandade, de
desumanidade?
Senhor Jesus, Santo Emanuel, Deus nascido da
Virgem, vem, por piedade! Vem mais uma vez encher o coração da humanidade! Faze
que os cristãos se tornem novamente cristãos!
Dá à Tua Igreja – que começaste a desposar
com a Tua Encarnação – a graça de redescobrir a simples e pura alegria do santo
Natal na surpresa do Evangelho anunciado, na esperança das profecias
proclamadas, no abismo do Mistério explicado pelo Apóstolo, no cântico dos
hinos tão doces, tão ricos, tão ternos, tão suaves...
Dá-nos o Natal da Tua Eucaristia – carne Tua
plasmada de Maria Virgem, remédio bendito contra todas as mortes deste mundo!
Olha a Tua Igreja, olha o Teu rebanho, que
neste mundo asfixiante deve proclamar com a boca, com o coração, com a vida,
com a celebração, com a certeza, com a esperança, a realidade do Teu bendito
Natal!
Como outrora tornaste fecundo o seio virginal
de Maria, torna fecundos a nossa fé e o nosso testemunho; como não
decepcionaste a esperança de Israel, fortalece ainda agora a nossa esperança em
Ti; como foste o consolo e o encanto de José, tira-nos das dúvidas e
incertezas, do marasmo da existência e dá-nos a alegria simples de crer e
esperar em Ti; como foste a surpresa dos pastores, enche nossa vida com a doce
certeza de que vieste como nosso Salvador; como apareceste pura luz para os
Magos, sê a Estrela da manhã que nos conduz!
Senhor Menino, Senhor Messias, doce e querido
Emanuel!
Meu Menino, tesouro do nosso coração, consolo
dos meus dias, dá a todo aquele que se prepara para celebrar santamente o Teu
Natal a graça da Tua salvação e a consolação da Tua presença bendita!
Vem, querido Jesus!
Bem-vindo, santo Jesus!
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