quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O BEIJO DADO POR SÃO JOÃO PAULO II NO ALCORÃO



O BEIJO DADO POR SÃO JOÃO PAULO II NO ALCORÃO
Por Luiz Felipe Nanini | Fonte: Página O Vaticano II em Debate: Concílio e Tradição

Algumas considerações:

1 – O texto é uma junção de vários textos da internet e algumas discussões no face. O que fiz foi juntá-los e deixar tudo em só lugar
2 – Eu não estou dizendo que de minha parte eu ache a decisão de São João Paulo II acertada. Não, não estou dizendo isto.
3 – Dada a limitação de informações que temos a disposição, só podemos fazer conjecturas

Dito isto, vamos ao que importa

Para iniciar é preciso pensar no contexto em que o ato aconteceu...

O Papa e mais um Patriarca Caldeu foram recebidos por uma delegação de Muçulmanos, ao que esta delegação lhe apresenta o referido livro. Num primeiro momento poderíamos questionar se o Papa realmente sabia o que era aquele livro. Porém o próprio patriarca que o acompanhava diz que o livro é realmente o alcorão, segundo noticiado pela Agência Fides.

Sabendo do contexto podemos então pensar em algumas hipóteses

1 – O Patriarca que o acompanhava estava enganado sobre o que aconteceu. Não era o Alcorão mas outra coisa
2 – O Papa beijou o livro sem saber ao certo o que estava beijando
3 – O Papa beijão o Alcorão e sabia o que estava fazendo

Apesar da opção 1 e 2 serem pouco prováveis, não podemos simplesmente descarta-las, uma vez que as informações que temos são extremamente limitadas. O que nós temos? Temos uma foto e uma declaração. Evidentemente que para analisar um fato tão complexo, estas informações são quase nada.

Considerando a opção 2. Sabemos que o Papa São João Paulo II era cordial em quase todos os seus atos (poucas vezes o vi irritado, para ser sincero, apenas quando ele deu um belo de um sermão em um Padre - ex-padre – comunista). Assim sendo, todo o tipo de coisa era empurrada ao Papa e era mais do que normal ele beijar, beijava por exemplo, até o solo de todos os países que visitava. Poderia sim num ato impulsivo beijar o alcorão apenas para ser cordial com aquela delegação sem saber ao certo do que se tratava. (QUE FIQUE CLARO... EU CONSIDERO ESTA OPÇÃO MUITO POUCO PROVÁVEL, E SÓ ESTOU FALANDO SOBRE ELA PARA NÃO DESCARTAR NENHUMA HIPÓTESE)

A hipótese 3 me parece a mais provável...

Considerando a 3, o que o Papa certamente fez na ocasião, foi beijar o livro como uma maneira de ser cordial sabendo do que se tratava.(apesar de não ser um gesto cordial para civilizações do Oriente médio, o Papa certamente não sabia disto).
É bem visível e sabido que São João Paulo II não era um Papa indiferentista ou mesmo relativista. Ele é o Papa da Dominus Iesus, ele é o Papa que tantas vezes falou sobre a importância da Fé Católica, ele é o papa que aproximou muitos jovens e pessoas do mundo inteiro a Deus, por fim, ele é o papa que chorou quando lhe faltaram palavras para mostrar a beleza de Deus e da fé Católica.

Só podemos então pensar na cordialidade do beijo sob duas óticas:

1) O Alcorão contém alguns elementos de verdade (assim como elementos graves de falsidade) e ele poderia ter querido honrar os elementos de verdade que ele contém.
2) Mostrando o respeito desta forma poderia promover a paz mundial e harmonia inter-religiosa.

O Papa São João Paulo II sofreu em sua pele o terror de dois grandes regimes totalitários, perdeu amigos, familiares, etc... devido a estes regimes. Aprendeu com isto que algumas vezes, a diplomacia é uma grande arma contra a Guerra. Usou isto, por exemplo, durante toda Guerra Fria onde soube ser diplomático e foi um dos grandes responsáveis pelo fim da União Soviética e o fim da Guerra Fria. Julgando portanto que o gesto foi diplomático (EU AINDA ACHO INAPROPRIADO – entre o meu achar e o do Papa fiquem com o do Papa - ), temos que considerar o sucesso de São João Paulo II com esta mesma diplomacia em outras situações.

Então como consideração final fica o seguinte...

1 – O Papa pode ter errado no gesto, mas não sabemos a intenção do seu coração

2 – O Papa São João Paulo II denunciou os erros do Alcorão algumas vezes, então não venham os amiguinhos Rad-Trads ficar de mimimi, chamando-o de relativista...

Por exemplo no Livro entrevista “Cruzando o limiar da Esperança” ele diz:

"QUEM, CONHECENDO BEM O ANTIGO E O NOVO TESTAMENTO, LER O CORÃO, VÊ CLARAMENTE O PROCESSO DE REDUÇÃO DA DIVINA REVELAÇÃO QUE NELE SE EFETUOU. É IMPOSSÍVEL NÃO PERCEBER COMO ELE ESTÁ LONGE DAQUILO QUE DEUS DISSE DE SI MESMO, PRIMEIRO NO ANTIGO TESTAMENTO PELA BOCA DOS PROFETAS, E DEPOIS DE MODO DEFINITIVO NO NOVO TESTAMENTO POR MEIO DO SEU FILHO. Toda esta riqueza da auto revelação de Deus, que constituiu o patrimônio do Antigo e do Novo Testamentos, foi de fato posta de lado no Islamismo. Ao Deus do Corão se dão alguns dos nomes mais velos que se conhecem na língua humana, MAS EM ÚLTIMA INSTÂNCIA TRATA-SE DE UM DEUS FORA DO MUNDO, UM DEUS QUE É APENAS MAJESTADE, NUNCA EMANUEL, DEUS-CONOSCO. O ISLAMISMO NÃO É UMA RELIGIÃO DE REDENÇÃO. NELE NÃO HÁ ESPAÇO PARA CRUZ E PARA A RESSURREIÇÃO" (pág. 98)

3 - Ainda que o Papa estivesse completamente errado neste caso, isto não impediu de ser declarado (infalivelmente) SANTO. Portanto baixe a bola amiguinho, e busque a santidade ao invés de ficar julgando ações dos Papas que você não tem informações suficientes para julgar

4 – Santo Tomás de Aquino nos ensina que sempre devemos julgar as ações de alguém da melhor maneira possível

"Pode acontecer que quem interprete no sentido mais favorável frequentemente, se engane. Mas, é melhor enganar-se mais frequentemente, formando opinião boa de um homem mau, do que enganar-se raras vezes, fazendo uma má opinião de um homem bom. Porque, o último modo de proceder injuria a outrem e o primeiro, não". (Suma Teológica II-II, Questão 60, art. 4)

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NOTA DO BLOG: Publicamos o presente artigo, pois concordamos com o conteúdo do mesmo, mas, advertimos que a página citada tem uma postura não muito respeitosa para com a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), diferente do Santo Padre, o Papa Francisco, que dialoga com a Fraternidade com respeito. Por tanto, não estamos de acordo com tudo o que se encontra na página, mas apenas com o aqui foi publicado.

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